"O RAPOSA DO DESERTO"
Erwin Rommel (Heidenheim, 15 de novembro de 1891 —
Herrlingen, 14 de outubro de 1944), apelidado de "A Raposa do
Deserto", foi um militar alemão que serviu como General Marechal de Campo
da Wehrmacht, as forças armadas da Alemanha Nazista durante a Segunda Guerra
Mundial.
Foi no comando do Afrika Korps que ele recebeu a alcunha de der Wüstenfuchs, "o Raposa do Deserto". Rommel era respeitado até mesmo entre seus adversários, com os britânicos o reconhecendo por seu cavalheirismo, e os combates na África eram frequentemente referido como "guerra sem ódio. Após ser derrotado na Segunda Batalha de El Alamein, foi transferido para enfrentar os Aliados na invasão da Normandia, em junho de 1944.
Biografia
Erwin Rommel nasceu em Heidenheim, aproximadamente 40 km de
Ulm, no estado de Württemberg, sendo batizado em 17 de Novembro de 1891. Foi o
segundo filho do professor protestante Erwin Rommel, reitor de escola
secundária em Aalen, e Helene von Lutz, filha de um proeminente dignitário
local. O casal teve ainda outros três filhos, dois meninos, Karl e Gerhard, e
uma menina, Helene. O seu irmão mais velho, Karl Rommel, entrou como voluntário
no Exército se tornando piloto de reconhecimento, sendo admitido somente nos
últimos exames. Já Gerhard Rommel, o seu irmão mais novo, se tornou cantor de
ópera.
Aos catorze anos, Rommel e um amigo construíram um planador
em tamanho natural que voava, embora não muito longe. O jovem Rommel queria ser
mecânico e desejava se tornar um engenheiro aeronáutico, mas ingressou no
Exército devido às insistências de seu pai que o recomendou para o Exército de
Württemberg, descrevendo ele como "próspero, de confiança e um bom
ginasta".
De início foi rejeitado pela artilharia e engenharia do
Exército, sendo mais tarde, em Março de 1910, chamado para fazer o exame médico
para admissão, sendo neste exame detectado uma hérnia, mas foi aceito mesmo
assim como cadete.
Seu pai assinou a documentação necessária e pagou o uniforme
de Fahnenjunker, entrando no seu regimento no dia 19 de Julho de 1910, aos 18
anos de idade, no 124.º Regimento de Infantaria de Württemberg,de onde foi
enviado para a Escola Real de Oficiais Cadetes de Danzigue, terminando o seu
treinamento no mês de Novembro de 1911. Nesta época, Rommel conheceu Lucia
Mollin, dançarina, que estava em Danzigue para estudar línguas, tendo os dois
logo se apaixonado.
Primeira Guerra Mundial
Foi promovido a tenente em Janeiro de 1912 e o 124ª
Regimento de Infantaria enviado para o antigo monastério de Weingarten, próximo
de Stuttgart. Pelos próximos dois anos Rommel passou treinando os novos
recrutas, sendo nesta época pouco popular com os outros recrutas por não
consumir bebidas alcoólicas e não fumar, dedicando-se unicamente ao serviço
militar e à sua esposa.
Foi enviado para o 49.º Regimento de Infantaria no dia 1 de
Março de 1914 permanecendo na área de Ulm, próximo de sua casa, onde se tornou
comandante de uma bateria nesta unidade. Permaneceu por mais de dois anos nos
campos de batalha contra a França,em que afirmava que às vezes dava para ouvir
os tiros das execuções realizadas pelos franceses contra prisioneiros de
guerra.
No mês de Setembro, enquanto estava em Varennes, foi ferido
em sua coxa esquerda por um tiro de rifle que havia ricocheteado e acabou
atingindo-o, tendo em seguida entrado num combate corpo-a-corpo contra três
soldados franceses pelo fato de seu rifle estar sem munição. Foi condecorado
com a Cruz de Ferro de 2ª Classe por este fato.
Rommel na 1ª Guerra.
Devido aos ferimentos sofridos, permaneceu fora de combate
por vários meses, retornando para o seu Regimento no dia 13 de Janeiro de 1915,
onde logo participou de um combate em trincheiras na Floresta de Argonnes. Duas
semanas mais tarde avançou com um outro soldado por cerca de 100 metros num
terreno com arame farpado contra as posições inimigas onde conseguiu capturar
quatro bunkers inimigos, ajudou a sua unidade contra um ataque de um batalhão
inimigo e em seguida ajudou a sua unidade a recuar após um contra-ataque
francês, tendo a sua unidade perdido somente doze soldados. Por estes novos
atos de bravura foi condecorado com a Cruz de Ferro de 1ª Classe.
Foi novamente ferido em combate em no mês de Julho e no mês
de outubro foi colocado no comando do recém-formado Batalhão de Montanha
Württemberg, formado após um ano de treinamento, contando com seis Companhias
de Rifles e seis Pelotões de Metralhadoras de Montanha. Após a formação, foram
enviados para a Romênia para combater os russos. Theodor Werner, um dos
comandantes destes pelotões uma vez disse que "quando havia perigo, ele
sempre estava em nossa frente nos chamando para segui-lo. Ele parecia não
conhecer o medo. Os seus homens o tornaram um ídolo e tinham fé nele."
Antes, num período de folga, casava-se em Danzigue a 29 de
Novembro de 1916 com Lucia Marie Mollin, sua companheira até ao fim dos seus
dias.
No mês de Janeiro de 1917, Rommel já era comandante de um
Abteilung e de um destacamento contendo de três a sete companhias de montanha.
O seu batalhão permaneceu na França até Julho do mesmo ano e após foi enviado
para o fronte romeno, sendo ferido por um disparo apenas dois dias após a sua
chegada, no dia 10 de Agosto de 1917, desta vez no seu braço esquerdo, fato que
o fez afastar-se do comando por dois meses. No dia 26 de Setembro o seu
batalhão foi enviado para o norte da Itália.
Os italianos haviam entrado na guerra contra a Áustria em
1915 com o objetivo de tomar de volta o porto Adriático de Trieste, tendo
ocorrido até o momento da chegada de Rommel onze batalhas no rio que faz a
divisa, o Isonzo. No seu 20º ataque utilizaram 5 divisões de infantaria com
centenas de armas pesadas causando grandes baixas aos soldados austríacos que
pediram auxílio.
A ajuda logo veio com a criação do 14º Exército Alemão, sob
comando do General Otto von Bellow, que foi enviado para a área. Nas unidades
sob seu comando estava a de Rommel que chegou ao local no mês de Outubro de
1917. Logo ao chegar percebeu que as condições de batalha naquele fronte era
bem diferentes do que o que havia encontrado na França pelo fato de o terreno
ser bem mais acidentado.
O General von Below atacou pela parte sul do rio Isonzo
tendo como principais alvos o Monte Mataiur, Monte Kuk, o cume de Kolovrat e a
Colina 1114. Havia centenas de soldados italianos no alto destas posições e
tantas outras centenas de construções que abrigavam as armas de infantaria para
defendê-las.
Na campanha desenvolvida nos Montes Cárpatos, sobressaiu-se
novamente, tendo conduzido com sucesso uma companhia de infantaria de montanha
e obtendo diversas vitórias.
Foi oferecido uma recompensa aos comandantes que atingissem
estes objetivos primeiro, criando a disputa entres as unidades que vinham das
províncias da Baviera, Silésia e Swabia. Um destes comandantes, o Leutnant
Ferdinand Schörner (Espadas de Cruz de Cavaleiro n° 23) atacou e tomou a Colina
1114 sendo condecorado com a Pour le Mérite, condecoração esta que deveria ser
dada a Rommel segundo o comandante das unidades no local, o Major Theodor
Sproesser, que numa reportagem de guerra havia informado que na noite anterior
a unidade de Rommel havia encontrado uma passagem para entrar nas linhas
italianas levando somente três horas para fazê-lo, tomando o Monte Kuk onde
conseguiu aprisionar 40 oficiais e 1.500 soldados.
Outra condecoração havia sido disponibilizada pelo General
von Bellow para o oficial que tomasse o Monte Mataiur, com 5.400 pés de altura.
Se seguiu um intenso combate para a tomada do Monte que durou mais de 53 horas,
tendo após este tempo os italianos começado a recuar, sendo feito mais de 120 prisioneiros
e Rommel foi o primeiro a chegar ao seu topo. Às 11:40 ordenou que fossem
acenadas uma bandeira branca e três verdes para comemorar o feito, tendo a
tomada do monte custado a vida de somente um de seus soldados.
Na manhã seguinte a vitória foi anunciada pelo General Erich
von Ludendorff, chief of the General Staff, e atribuída ao Leutnant Walther
Schnieber, comandante de uma Companhia da Silésia o que deixou Rommel
extremamente furioso, mas nada pôde fazer.
No dia 4 de Novembro esteve a frente do 14º Exército
chegando ao rio Tagliamento, onde combateu os italianos que tentavam atrasar o
seu avanço. No dia 7 de Novembro,a unidade de Rommel capturou uma passagem a
4700 pés e dois dias mais tarde capturou outra passagem, se dirigindo para os
sistemas de defesa de montanha italianos, onde a estrada em que seguia havia
sido explodida, estando esta na face de um morro de 600 pés de altura, tendo de
fazer a passagem pelo outro lado, numa ponte suspensa a 500 pés de altura.
Chegaram próximo de Longarone quando forma atacados por
metralhadoras e rifles a uma distância de 600 metros da posição em que estavam,
tendo entre eles o rio Piave, sendo derrubada em seguida a única ponte para a
travessia do rio.
Ordenou que uma companhia e um pelotão fizessem a aproximação,
seguindo Rommel juntamente com os seus soldados, tendo dezoito de seus soldados
feito a travessia do rio sob constante fogo inimigo, logo após, mais soldados
passaram para o outro lado, estabelecendo uma posição às 16:00 ao sul de
Longarone. Após tomaram a estrada de acesso a cidade e a ferrovia, desarmando
800 soldados italianos.
Mais cinco companhias o seguiram na travessia do rio e
seguiram o avanço em direção à Longarone. Encontraram uma barricada armada no
meio da estrada protegida com metralhadoras, sendo obrigado a ordenar um breve
recuo, estando numa situação complicada, onde havia 10 mil soldados italianos
na sua frente e as tropas de Rommel estavam com um número muito reduzido, tendo
apenas 25 soldados a sua disposição naquele momento, sendo todos feitos
prisioneiros ao serem alcançados pelas tropas italianas, conseguindo apenas
Rommel escapar para reagrupar o seu Abteilung.
Foram realizados seis ataques pelas forças italianas que
tentavam tomar a posição em que Rommel estava, sendo atacados com metralhadoras
e forçados a recuar todas as vezes. Recebeu apoio de seu superior, o Major
Sproesser que enviou ajuda das suas unidades e de outras vindas da divisa
austríaca, chegando na posição de Rommel no meio da noite.
No dia seguinte Rommel atacou juntamente com as novas
forças, tendo em seguida o comandante italiano enviado uma carta em que
anunciava a rendição das forças italianas nos arredores de Longarone, carta
esta trazida pelo Leutnant Schoeffel que havia sido feito prisioneiro de guerra
e que ainda trazia mais de cem prisioneiros de guerra.
Após estes dez dias da Batalha de Longarone, o batalhão de
Sproesser perdeu 30 soldados e um oficial (caiu de uma montanha) e a unidade de
Rommel capturou num único dia nesta cidade um total de 8 000 soldados
italianos. Após estes feitos foi finalmente reconhecida a sua bravura pelo
Kaiser e condecorado com a Pour le Mérite, sendo citado que a condecoração era
por ter chegado a linha de Kolovrat, tomar o Monte Mataiur e por capturar
Longarone.
Esta ficou conhecida como a Batalha de Caporetto, na qual
seus homens capturaram mais de 9000 homens e 81 canhões inimigos, contribuindo
ativamente para a desintegração das posições defensivas italianas. Com esse
feito, Rommel foi promovido a capitão e agraciado com a Pour le Mérite.
Entre Guerras
Terminada a Primeira Guerra Mundial, Rommel dedica-se a
reestruturar o exército alemão derrotado na guerra e ao qual impunha-se uma
série de limitações pelo Tratado de Versalhes. A monarquia tinha dado lugar a
República de Weimar, nas ruas os comunistas, nazistas e outros grupos
realizavam manifestações, tendo tornado o país num caos.
Rommel era capitão do Exército Alemão aos 27 anos de idade.
O Exército foi praticamente desmontado, sendo criado o Exército dos 100 000
Homens. Rommel permaneceu no Exército ao contrário de muitos de seus colegas
que saíram, mas agora ele não conseguia mais se imaginar vivendo uma vida
civil.
Rommel foi enviado para Friedrichshafen, no Lago Constance
onde comandou a 32ª Companhia de Segurança Interna, formado de marinheiros que
zombavam de suas condecorações e se recusavam a obedecê-lo. Na primavera de
1920, Rommel participou de operações contra rebeldes em Münsterland e
Vestefália.
No dia 1 de Outubro de 1920, foi enviado para Stuttgart onde
comandou o 13.º regimento de infantaria, comando este onde permaneceu pelos
próximos nove anos, sendo um dos 4000 oficiais permitidos pelo Tratado de
Versalhes. Nesta unidade ele estudou sobre as metralhadoras pesadas, motores de
combustão interna e dedicou o seu tempo livre para os seus passatempos. Mais
tarde foi com Lucie em 1927 para a Itália de motocicleta para mostrar a ela
onde havia lutado na Primeira Guerra Mundial. No ano seguinte nasceria o seu
filho Manfred Rommel, em Dezembro de 1928.
Rommel foi enviado para a Escola de Infantaria de Dresden em
1° de Outubro de 1929, onde encontrou o instrutor Ferdinand Schörner, seu
antigo rival da campanha italiana. Mais tarde Rommel acabou se tornando
instrutor nesta escola, sendo um dos mais populares.
E Outubro de 1934 foi posto no comando de um batalhão em
Goslar, nas montanhas no centro da Alemanha, onde passou dois anos. Em 30 de
Setembro de 1934 Rommel teve seu primeiro contato com o homem que de um jeito
ou de outro definiu o seu destino, Adolf Hitler, que havia chegado ao poder um
ano antes.
Em 1935 Rommel foi enviado para Potsdam, onde se tornou
instrutor de uma nova Escola Militar, sendo declarado em março de 1935 a
expansão da Wehrmacht. Foram enviados para a Escola 250 novos cadetes, que
marcharam pelo corredor tendo nas paredes a pintura de 40 marechais de campo
alemães e prussianos, sendo após recebidos por uma leitura de Rommel.
Em Setembro de 1936 foi chamado por Hitler, ficando
responsável pela segurança. Certa ocasião Hitler decidiu sair para dar uma
volta de carro e queria que não mais de seis carros o acompanhassem, e ao
chegar a hora marcada o quartel general de Hitler estava cheio de carros de
ministros, generais e outras pessoas que apenas queriam ir junto nesta
excursão. Rommel deixou somente seis carros passarem e bloqueou os demais,
fechando a estrada com dois blindados, sendo depois congratulado por Hitler.
Em 1937 Rommel faz um relato da sua experiência e
observações pessoais, resgatando suas anotações feitas durante seu tempo de
Primeira Guerra Mundial, escrevendo o livro Infanterie Greift an (Ataque de
Infantaria), sendo vendidos 400 000 exemplares na Alemanha antes e durante a
Segunda Guerra Mundial, valendo-lhe destaque nos círculos militares e atenção
favorável de Hitler.
Em fevereiro de 1937 Rommel foi recrutado por Baldur von
Schirach, sendo adicionado a um número de 3 000 jovens líderes. Foi selecionado
por Hitler para dirigir o Führerbegleitbataillon, o batalhão da guarda pessoal
de Hitler, tendo como missão escoltar o Führer. Numa dessas missões, Rommel
deve de organizar uma escolta militar para que Hitler pudesse ir até os
Sudetos, território em disputa com a Tchecoslováquia que recém fora adicionado
ao território alemão em 30 de Setembro de 1938. Esta proximidade com o Führer
fez com que Rommel tivesse contato direto com a cúpula nazista, como o chefe da
Waffen-SS Heinrich Himmler, com o qual aparece numa fotografia em um trem.
Ocorreu a Anschluss com a Áustria e anexação sem ser
disparado nenhum tiro, e Rommel recebeu em 10 de Novembro de 1938 o comando da
Academia de Guerra de Wiener Neustadt, próxima de Viena, sendo ambição de
Rommel transformar o local na mais moderna Escola de Guerra (em alemão:
Kriegsschule) do Reich.
Logo foi chamado por Hitler por duas vezes durante o mês de março
de 1939 para organizar a sua guarda, a primeira no dia 15, durante a ocupação
de Praga, e no dia 23 no porto Báltico de Memel, enquanto era realizado o
retorno das tropas da Lituânia.
Rommel foi promovido a Generalmajor em 1 de Agosto de 1939,
e vacinado contra o tifo, preparando-se para a Invasão da Polônia. Após receber
uma carta em que era esperada a sua presença em Berlim para um novo serviço. Ao
chegar se tornou o chefe do quartel-general de Hitler durante a Invasão da
Polônia. Logo enviou uma carta para a sua esposa contando o acontecido.
Se apresentou formalmente a Hitler às 15:45 do dia 25 de
Agosto de 1939 como sendo agora um novo general. Poucos minutos antes, Hitler
havia saído de uma conferencia com o ministro Joachim von Ribbentrop, onde havia
anunciado a Invasão da Polônia. Às 16:45 Rommel saiu com o seu batalhão de
escolta do Führer, sob ordens deste, e se dirigiu para Bad Polzin, numa antiga
via férrea na Pomerânia, próxima da fronteira com a Polônia, estando lá o
exército se preparando para a invasão.
O Batalhão de Rommel tinha um total de 16 oficiais, 93
sargentos e 274 praças, estando equipado com 4 armas antitanques de 37
milímetros e 14 armas antiaéreas de 20 milímetros.
Segunda Guerra Mundial
Teve o início da Segunda Guerra Mundial, entrando Rommel em
ação no dia 4 de Setembro ao chegar o trem do Führer, de codinome Amerika,
vindo mais tarde o Heinrich, trem de Himmler e o dos jovens ministros do
partido nazi, tendo Rommel organizado a segurança ao redor da Estação.
O pensamento de Rommel no princípio era de que Hitler estava
fazendo apenas uma visita breve ao fronte, mas permaneceu por lá mais três
semanas. Durante este tempo, Rommel visitava o fronte com frequência para
observar as táticas usadas nesse novo meio de guerra, a Blitzkrieg, onde as
tropas faziam um avanço rápido enquanto que recebiam suporte aéreo para abrir
caminho. No seu caminho ainda havia atiradores de elite poloneses escondidos
nas florestas e encontrava as ultrapassadas armas polonesas destruídas ao lado
da estrada.
Divisão Fantasma
Após a Invasão da Polônia, Rommel disse a Hitler que
gostaria de comandar uma divisão, sendo indicado para dirigir uma Divisão de
Montanha em Innsbruck ou Munique devido a experiência de combate que tinha e
pela fama que conquistou atuando nestas unidades na Primeira Guerra Mundial.
Mas Rommel não ficou satisfeito e pediu a Hitler para comandar algo melhor,
como uma Divisão Panzer, pedido este recusado pelo chefe do Exército já que
Rommel tinha experiência somente como oficial de infantaria e não tinha
conhecimento sobre tanques, mas esta negação não foi acolhida por Adolf Hitler
que enviou um telegrama para Rommel no dia 6 de Fevereiro de 1940 para
comparecer no dia 10 em Bad Godesberg, no Rhine, ao chegar recebeu o comando da
7ª Divisão Panzer.
A unidade de Rommel estava equipada com os Panzer III e IV,
com 20 toneladas, 320 cavalos de potência com um motor a gasolina e que atingia
no máximo os 25 km/h, mas a maioria de seus tanques eram os Panzer 38(t), que
fora originalmente projetado para o Exército Checoslovaco, mas com a queda da
mesma em 1939, a produção passou para os alemães, que pesavam 9 toneladas e era
mais rápido em relação aos Panzer, tendo um total de 218 tanques na unidade,
sendo metade destes de fabricação checa. A divisão era formada principalmente
pelo pessoal vindo da Turíngia.
A 7.ª Divisão Panzer, juntamente com a 5ª Divisão Panzer (5ª
Divisão Panzergrenadier SS Wiking) ficaram sob o comando do XV Corpo de
Exército do General Hermann Hoth, estando este sob comando do 4º Exército do
General Günther Hans von Kluge que avançaria sobre a Bélgica quando fosse dada
a ordem do Führer, criando assim uma distração para as forças britânicas que se
dirigiriam para a área com a finalidade de conter o avanço alemão, enquanto que
a verdadeira frente de avanço seguiria a partir do Meuse, onde conseguiriam
cercar as tropas Aliadas.
A Divisão foi movida do Rhine para a fronteira com a
Bélgica, começando os ataques com a artilharia e o avanço blindado no dia 9 de
Maio de 1940 na área de Wahn. Recebeu às 13:45 a palavra chave
"Dortmund", que significava que o ataque pelo oeste iria iniciar às
5:45 do outro dia. Neste dia se iniciou uma grande ofensiva aérea onde não era
possível se escutar nenhum disparo, somente as explosões dos belgas que
derrubavam as suas pontes e destruíam as estradas. Às vezes Rommel avançava em
seu Panzer III especialmente adaptado e outras avançava com o Panzer IV do
Coronel Rothenburg, e outras vezes ainda sobrevoava o campo de batalha com o
planador de observação Storch.
No dia 12 de Maio a divisão chegou ao rio Meuser, cruzando-o
às 4:30 com botes de borracha, onde sofreu muitas baixas, tendo cruzado na
noite seguinte os seus tanques e armas pesadas por uma ponte que havia construído
sobre o rio passando após pela floresta de Cerfontaine no dia 16 de Maio tendo
na noite seguinte avançado 35 quilômetros, tendo como objetivo chegar até
Avesnes. A essa altura a 5ª Divisão Panzer , que estava avançando juntamente
com a unidade de Rommel, estava 30 quilômetros atrás, decidindo Rommel parar e
esperar impacientemente pela sua chegada até que então escutou o ronco de
tanques que se dirigiam para a sua posição e continuou o avanço imaginando que
eram as forças da 5ª Divisão Panzer.
Na verdade os sons que Rommel ouviu foram de uma Unidade
Blindada Pesada francesa que estava atacando a sua unidade pela retaguarda,
conseguindo destruir alguns tanques ao alcança-la. Para responder ao ataque os
Panzer IV de Hanke recuaram e contra-atacaram a unidade sozinhos, sendo este
comandante recomendado por Rommel para receber a Cruz de Cavaleiro da Cruz de
Ferro. Após continuaram com a avanço e chegaram até a ponte de Landrecies sobre
o Sambre, tendo até este dia feito 3 500 prisioneiros.
Nos próximos 10 quilômetros de avanço a unidade deixou para
trás centenas de tanques e veículos militares destruídos, muitos destes
queimavam com soldados mortos e feridos em seus interior. O número de franceses
que se rendiam era cada vez maior. Chegaram até o vilarejo de Pommereuil e
entraram em formação no alto da colina próxima do local e Rommel disse: "A
sua rota agora será Le Cateau, Arras, Amiens, Rouen e Le Havre…encham os
tanques, avante!".
Tomou a cidade de Cambrai com pequena oposição tendo neste
dia, 19 de Maio, capturado 650 soldados inimigos e outros 500 no dia seguinte.
Foi neste dia, 20 de Maio, que Rommel enfrentou pela primeira vez os soldados
britânicos, que tentavam sair rapidamente do Bolsão de Flanders no dia 21,
tendo a infantaria e as armas antitanques de Rommel passado a enfrentar os
blindados pesados Matilda Mark II, sendo o seu avanço parado devido a um
contra-ataque no setor de Arras.
O único meio encontrado por Rommel para conter o avanço dos
Matilda era utilizar os disparos de Flak 88, tendo se seguido uma batalha
sangrenta. Durante o avanço foram atacados por atiradores de elite Aliados que
mataram muitos dos comandantes da 4ª e 7ª Companhia antitanque, tendo Rommel
conseguido escapar.
No dia 27 de Maio Rommel recebeu o comando temporário de duas
unidades da 5ª Divisão Panzer para atacar Lille, ajuda esta muito bem vinda,
pois estes dois Regimentos estavam armados com os mais modernos blindados da
Wehrmacht. Ao sair de uma reunião com os comandantes destas unidades, Rommel
recebeu a notícia de que receberia a Cruz de Cavaleiro da Cruz de Ferro, mas
estava determinado a dominar Lille primeiro, tendo esta ação auxiliado o
bloqueio da retirada de Dunquerque.
Foi iniciado uma operação do Primeiro Exército Francês para
tentar tomar Lille de volta, tendo Rommel conseguido formar uma defesa
eficiente, tendo aprisionado um total de 6 849 soldados, capturou 48 tanques
leves e destruiu 18 tanques pesados e 295 tanques leves.
Impressionado com as ações de Rommel, Hitler o chamou de
volta para Charleville, na área de Ardenas no dia 2 de Junho de 1940 para
discutir as ações dos últimos dias de combate na França, anunciando nesta
ocasião que uma nova ofensiva iria começar no dia 5 de Junho.
No dia 5 de Junho a divisão de Rommel cruzou o Somme usando
duas pontes férreas que o inimigo não havia derrubado, encontrando a
resistência da artilharia que atacou durante muitas horas, seguido da
infantaria que era composta por sua maioria de soldados negros que vinham de
colônias francesas e nunca estiveram na França.
Chegou ao rio Sena onde tentou cruzar pelas pontes de Elbeuf
que haviam sido derrubadas se dirigindo em seguida para Sotteville na
meia-noite do dia 8 de Junho, chegando ao mar no dia 10 de Junho próximo de
Dieppe, chegando 24 horas mais tarde em Saint-Valéry onde encontraram soldados
britânicos e franceses que esperavam na praia para serem resgatados. Rommel
anunciou que as tropas na praia deveriam se render às 9:00. Os franceses logo
se renderam, mas os britânicos continuaram lutando, tendo Rommel ordenado um
ataque de artilharia e um bombardeio. No dia seguinte os equipamentos estavam
destruídos e restavam poucos soldados vivos, tendo o comandante do 9º Corpo
Francês se rendido a ele, seguido por mais 9 generais britânicos. O Major
General Victor Fortune, comandante da 51ª Divisão de Infantaria não gostou
nenhum pouco do fato de ter de se render a um general tão jovem.
No dia 16 de Junho, Rommel e a sua unidade cruzaram uma
ponte erguida pela Wehrmacht sobre o rio Sena. No outro dia Rommel ouviu pelo
rádio que os franceses estavam pedindo a assinatura de um armistício, tendo
então sido ordenado por Hitler a tomar as praias até a divisa com a Espanha,
percorrendo 160 km no dia 16 e outros 320 km no dia 17 de Junho, tendo
encontrado resistência somente no dia 18 de Junho em Cherbourg, mais importante
porto marítimo francês da época. Embora tenha encontrado resistência neste dia,
conseguiu avançar mais 350 km, sendo conhecida como a "Divisão
Fantasma" pela velocidade com que se movia sem ser barrada pelos inimigos.
Rommel encerrou a campanha na França com um total de 97 000 prisioneiros tendo
perdido somente 42 blindados.
Com o final da vitoriosa campanha francesa a Alemanha
passava a se preparar para uma possível invasão da Inglaterra permanecendo a 7ª
Divisão Panzer na França por todo o verão de 1940.
Enquanto isso, Rommel foi convidado para participar do Filme
Vitória no Oeste (título em alemão: Siege im Westen) pelo Ministro da
Propaganda Joseph Goebbels onde foram encenadas as ações da Divisão Fantasma ao
cruzar o Somme, sendo utilizados prisioneiros de guerra franceses negros para
fazer as cenas da rendição de uma vila.
No dia 9 de Setembro foi chamado para comparecer na
Chancelaria de Hitler sendo condecorado com a Cruz de Cavaleiro da Cruz de
Ferro com Folhas de Carvalho. Retornou ao Canal da Mancha no dia 14 de Setembro
em Rouen, tendo nesta data quase todos os seus veículos blindados e pesados
embarcado, apenas esperando a ordem de invasão, mas se passaram semanas e esta
ordem não foi dada, tendo decidido Hitler atacar em outro fronte. Foi novamente
convocado para comparecer em Berlim no dia 6 de Fevereiro de 1941, onde recebeu
as instruções para o seu novo trabalho.
Norte da África
Benito Mussolini havia declarado guerra contra a Inglaterra
e a França duas semanas após as forças destas nações terem saído de Dunquerque
em Junho de 1940, tendo convocado todos os soldados que a Itália tinha na
Líbia, sendo um total de 220 000 soldados, para iniciar um combate contra os
britânicos no Egito e realizar a captura do Canal de Suez. Esta ofensiva teve
início no mês de setembro de 1940 sob comando do Marechal Rodolfo Graziani. A
ofensiva não avançou muito em território inimigo, chegando somente até Sidi
Barrani. Foi oferecido auxílio de Hitler que pretendia enviar para a área uma
de suas novas armas, as Divisões Panzer, que foram recusados, já que se
consideravam capazes de controlar a situação.
Mussolini continuou a sua campanha invadindo o delta do Nilo
e em seguida a Albânia, o que provocou o descontentamento de Hitler, já que
tinha planos para a região e convocou o General Wilhelm von Thomas para enviar
uma força Panzer para auxiliar os italianos, pois um possível fracasso poderia
prejudicar muito as estratégias alemãs.
Rommel foi nomeado comandante do Afrika Korps e chegou ao
Norte de África no dia 12 de Fevereiro de 1941 enquanto que as forças italianas
estavam recuando através de Trípoli. No dia seguinte fez um voo de
reconhecimento com um Heinkel onde pôde ver as defesas existentes ao redor do
porto de Trípoli.
Após Rommel sobrevoou o deserto de Sirte, vendo após a
estrada construída pelo Marechal Balbo que ia de Trípoli até a fronteira
egípcia. Rommel se encontrou com os Generais Gariboldi e o Chief of General
Staff das forças italianas, Mario Roatta. Mais tarde jantou com os generais num
hotel de Tripoli, onde foi perguntado por um dos presentes como havia ganhado a
sua Pour le Mérite. Sem pensar duas vezes respondeu: "Longarone".
Esta resposta não os agradou já que os italianos nunca aceitaram o fato de
perder esta batalha na Primeira Guerra Mundial, o que encerrou as conversas
entre eles naquela noite.
No dia 14 de Fevereiro de 1941 as primeiras tropas de Rommel
começaram a desembarcar, entre elas estavam o 3º Batalhão de Reconhecimento e o
39.º Batalhão Antitanque, sendo desembarcados na noite seguinte 6 000 toneladas
de equipamentos, entre estes estavam: armas pesadas, munição, veículos de
transporte e veículos blindados. No dia seguinte foi realizada uma parada
militar assistida por Rommel e os generais italianos, além de muitos curiosos
italianos e árabes. Era esperado por Rommel a chegada da 15ª Divisão Panzer e
da 5ª Divisão Leve, sendo realizado uma parada militar quando havia chegado
esta última em Tripoli. Para confundir as aeronaves de reconhecimento Aliadas,
Rommel ordenou que fossem construídos centenas de tanques com árvores e restos
de carros, fazendo parecer que a força alemã era bem maior.
Rommel no Norte da África em 1943.
Havia muitos soldados aliados em Tobruk e arredores, com um
intenso movimento de navios que chegavam e partiam diariamente, sendo assim,
Rommel não sabia ao certo o que os inimigos pretendiam, se os aliados estavam
enviando reforços para a África ou se as tropas estavam sendo evacuadas para
outro fronte. Tentando conter uma grande ofensiva alemã, os britânicos enviaram
para Tobruk as suas melhores unidades.
Os primeiros combates entre as forças da Afrika Korps e as
forças britânicas iniciaram no dia 24 de Fevereiro em El Agheila e no dia 31 de
Março foi realizado um ataque contra as forças britânicas em Mersa Brega, onde
Erwin Rommel mais uma vez utilizou as táticas da Blitzkrieg. O avanço alemão
continuou, passando por Tripolitania, Cirenaica e Benghazi, capturando em
seguida Bardia e Salum no dia 15 de Abril, conseguindo as suas forças chegar
até a fronteira com o Egito, forçando os britânicos a recuarem até os arredores
de Tobruk.
Cerco de Tobruk
Tomar Tobruk era de vital importância para a continuação da
campanha na África pois era o melhor porto de todo o Norte da África, podendo
facilitar a logística para o Afrika Korps e para chegar até o Egito teriam de
acabar com a resistência Aliada que estava neste porto, pois poderiam
facilmente atacar as tropas que levariam suprimentos para o fronte.
Rommel se aproximou de Tobruk e iniciou o ataque no dia 11
de Abril tendo o avanço iniciado às 4:45 com o 8º Batalhão de Metralhadoras
pelo sul enquanto que mais de 20 avançaram pela direita. O avanço dos blindados
não durou muito pois havia uma barreira antitanques que impossibilitava a
passagem No dia seguinte Rommel decidiu retomar a ofensiva utilizando uma
tempestade de areia como cobertura. Pouco antes do ataque a tempestade parou,
mas o ataque se iniciou mesmo assim.
A batalha durou até o domingo, dia 13 de abril, quando
iniciou um ataque de artilharia seguido após pelas tropas batalhão que tinham
como objetivo estabelecer uma cabeça-de-ponte que possibilitaria a chegada das
tropas. Mas o ataque não deu certo pois eram 500 soldados alemães com 20 blindados
contra os 34 000 defensores do Exército Britânico. Ao sair de lá na noite
seguinte as tropas de Rommel contavam com apenas 116 soldados, sendo o resto
feito prisioneiro ou morrido durante os combates. Rommel pensou em realizar um
novo ataque, mas decidiu permanecer na defesa até o final do mês.
O novo ataque ocorreu no dia 30 de Abril quando Rommel se
dirigiu para a linha de frente onde observou a tomada da Colina 209 na noite do
mesmo dia, conseguindo o controle da colina às 9:00 da manhã do dia seguinte.
Mas neste dia a 15ª Divisão Panzer, comandada por Hans-Karl Freiherr von
Esebeck, sofreu grandes baixas contra as tropas aliadas, tendo as perdas em
algumas unidades chegado a 50%. As baixas do lado alemão chegado a 1 200
soldados, entres estes estavam os mortos, feridos ou desaparecidos em ação.
Mesmo não tendo conseguido tomar Tobruk, a linha de frente
alemã avançou mais 700 milhas em território inimigo, estando a esta altura a 1
110 milhas de distância de Tripoli, de onde vinham os seus suprimentos, que
nesta época eram de 24 000 toneladas por mês, sendo necessários mais 20 000
toneladas para continuar com o avanço.
Durante este tempo em que esteve lutando em Tobruk, a outra
parte da Afrika Korps havia capturado a passagem de Halfaya. Este fronte era
muito importante para Rommel, pois era nesta passagem e em Sollum onde os
tanques podiam facilmente alcançar o deserto e chegar até à Líbia, deixando-o
vulnerável a um ataque britânico vindo do Egito.
Foram realizadas duas ofensivas aliadas (Operação Brevity e
Operação Battleaxe) para tentar romper o Cerco de Tobruk mas ambas falharam,
sendo que para a Operação Battleaxe foram enviados 238 novos tanques para
auxiliar os aliados, tendo a batalha iniciado no dia 14 de Junho. Os aliados
atacavam com os tanques pesados Matilda que tinham uma blindagem elevada sendo
necessário o uso dos Flak 88 para destruí-los, tendo, ao final do dia 15, sido
destruídos 11 dos 12 Matilda no alto do planalto e outros quatro haviam sido
destruídos em minas pela costa, sendo destruídos ainda um total de outros 60
tanques.
Foi realizado no dia 16 um contra-ataque que tomou de volta
o Forte Capuzzo que os britânicos haviam capturado na noite passada. Mas este
contra-ataque não durou muito, sobrando apenas 35 de seus 80 tanques. Enquanto
isso a 5.ª Divisão Leve estava enfrentado uma grande ofensiva aliada em Sidi
Omar. Numa das mensagens interceptadas dos aliados, o comandante da 7ª Brigada
Blindada diz: "A situação é desesperadora" e pede reforços de Cairo
para continuar com os combates, assim Rommel iniciou uma grande ofensiva contra
os aliados. Nestes poucos dias as unidades sob comando de Rommel destruíram um
total de 180 a 200 blindados inimigos, enquanto que as forças de Rommel
perderam apenas 12.
Panzergruppe Afrika
Estas suas vitórias na África voltaram a atenção da mídia
alemã para Rommel que passou a ser visto como um herói, tendo o Oberkommando
der Wehrmacht decidido criar um Panzergruppe Rommel onde iria comandar o Afrika
Korps e o 21º Corpo de Infantaria Italiano, mas depois foi nomeado oficialmente
como Panzergruppe Afrika.
Mais tarde, passada meia hora da meia noite de 17-18 de
novembro de 1941 ocorreu um ataque ao QG do Panzergruppe Afrika com a intenção
de matar Rommel, terminando com a morte dos invasores, como o Major Keyes que
foi morto acidentalmente por um de seus homens e morreram ainda dois oficiais e
dois soldados alemães. Todos estes mortos, inclusive o Major Geoffrey Keyes,
foram enterrados com honras militares dias mais tarde.
Esta ação era o início de uma grande ofensiva aliada que já
havia sido detectada na metade de Outubro, quando se percebeu a grande
movimentação de tropas no Egito. Esta ofensiva iniciou no dia 18 de Novembro,
quando os britânicos atacaram o flanco sul. Estas eram tropas do 8º Exército
Britânico que tinham como objetivo: destruir as forças alemãs-italianas,
libertar Tobruk e avançar para ocupar a Tripolitania. Pelo deserto avançou o
XXX Corpo Britânico em direção a Tobruk.
A vantagem britânica era bem evidente, contava com 724
tanques e 1 100 aeronaves enquanto que Rommel tinha a disposição 414 blindados,
dos quais 154 eram italianos e 50 estavam em manutenção e tinha 120 aeronaves
alemãs e em torno de 200 italianas a disposição. Por estas ações, Rommel
decidiu não continuar com o ataque a Tobruk e concentrou as atenções na parte
norte, onde as forças britânicas avançaram por Gabr Saleh. Esta ofensiva forçou
Rommel a recuar pela primeira vez na vida.
Com sua brilhante intervenção naquele teatro de operações,
não obstante as enormes dificuldades logísticas que enfrentou, foi capaz de
desequilibrar o combate a favor das forças do Eixo, por pouco não conseguindo
uma vitória decisiva sobre as forças britânicas.
Durante o período de comando no Norte da África, tornou-se
mundialmente conhecido como "A Raposa do Deserto" devido à sua
reconhecida astúcia como líder militar.
Mesmo com todo o empenho de Rommel, as forças do Eixo na
África acabaram sendo derrotadas, principalmente por falta de apoio logístico e
de ênfase do Alto Comando Alemão do que por incompetência. Rommel retira-se
para a Itália e trabalhou no comando da organização das linhas de resistência
contra as tropas aliadas que haviam invadido o país.
Europa
Em novembro de 1943, Rommel foi escolhido para supervisionar
as defesas das áreas costeiras ocupadas da Dinamarca, Países Baixos, Bélgica e
França contra possíveis desembarques aliados, devendo-se a ele grande parte das
melhorias que se verificaram posteriormente nessas defesas.
Em Janeiro de 1944, é designado como comandante do Grupo de
Exércitos B, estacionado na França ocupada, cobrindo a região que se estendia
de Ostende ao rio Loire. Neste comando, Rommel passou ativamente a implementar
melhorias naquilo que os alemães chamavam de Muralha do Atlântico, que
consistia numa rede de casamatas, áreas minadas e obstáculos posicionados na
região litorânea de forma a impedir uma possível e esperada invasão do
continente europeu por parte das forças aliadas. É de se ressaltar que Rommel, ao
contrário de outros comandantes alemães, acreditava que os possíveis
desembarques aliados ocorressem na região da Normandia, o que de fato ocorreu
no Dia D. Em 6 de junho de 1944, dia do desembarque aliado, Rommel não se
encontrava no local pois havia retornado para casa a fim de comemorar o
aniversário de sua esposa. Ao saber da invasão aliada, Rommel voltou
imediatamente para França. Porém, já era tarde, e os Aliados tinham
estabelecido além de uma forte cabeça de ponte, uma grande superioridade aérea.
Em 17 de Julho de 1944, 41 dias após o início dos
desembarques aliados lançados no Dia D, Rommel foi gravemente ferido por um
caça Spitfire canadense e permaneceu hospitalizado por vários dias. Nesse
período, Claus von Stauffenberg executou o atentado de 20 de julho de 1944
contra Hitler, que escapou por pouco, com ferimentos leves (a mesa da
conferência acabou por lhe servir de escudo). Sem nunca ter feito parte do
partido nazista, Rommel tornara-se cada vez mais crítico ao governo do Führer.
Falecimento
Implicado no atentado por suas ligações com os oficiais
conspiradores membros da resistência alemã, Rommel, ainda em recuperação
médica, recebe em sua casa a visita de dois oficiais generais em 14 de Outubro
de 1944.
Devido ao seu prestígio nacional, estes oficiais, leais a
Hitler, trazem os termos do Führer a Rommel: ir a Berlim, passar por um
julgamento popular e inevitavelmente ser condenado à morte, condenando também
sua família a ser confinada em um campo de concentração ou, sozinho, acompanhar
os dois oficiais e ingerir veneno para suicidar-se, opção esta que garantiria a
integridade de seus familiares. Rommel sem dúvida escolhe a segunda
alternativa, despede-se da família e acompanha os dois oficiais embarcando em
seu automóvel.
Às 13:25 os Generais Burgdorf e Maisel, fizeram a entrega do
cadáver de Rommel ao Hospital de Ulm. O médico-chefe, que se dispunha a
proceder a autópsia, foi prontamente interrompido por Burgdorf que lhe disse:
"Não toque no corpo. Em Berlim já se tomaram todas as providências."
Talvez jamais se venha a saber o que exatamente se passou no caminho de Ulm.
Burgdorf pereceu com Hitler, no subterrâneo da chancelaria do Reich. Maisel,
que ao final da guerra foi condenado juntamente com o motorista da SS, afirmam
terem recebido ordens de abandonar o carro por alguns momentos, quando
retornaram encontraram Rommel agonizando.
Túmulo de Rommel.
Seu funeral foi celebrado em 18 de Outubro de 1944 com as
mais altas honrarias militares do III Reich e, oficialmente sua "causa
mortis" foi anunciada como efeito dos ferimentos que recebera meses antes.
Seus restos mortais, depois de cremados foram sepultados em
Herrlingen, Alemanha, no cemitério próximo de sua casa. Sua família não foi
perseguida após sua morte. Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da
câmara (Bürgermeister) da cidade de Stuttgart.
Muitas lendas foram criadas a partir do mito Rommel, porém
nunca questionado do ponto de vista militar e da conduta no campo de batalha.
Histórias como "fazer um Rommel", que para os soldados do 8º Exército
Britânico, significava fazer algo de forma impecável. Sua astúcia e faculdade
de improvisação granjearam-lhe o apelido de Raposa do Deserto. Certa vez
encontrando-se sob violenta pressão Britânica, o general conseguiu inverter a
situação dando-lhes impressão de comandar grandes destacamentos. Sabia que a
RAF fotografava diariamente as linhas alemãs, então, ordenou que todos os
veículos fossem movimentados a noite, crivando o solo do deserto com milhares
de sulcos, e projetando a movimentação de um grande destacamento de blindados.
Diante disto os ingleses bateram em retirada.
1
Com suas tropas, conseguiu avançar cerca de 240
quilômetros em apenas 24 horas, feito que nenhum outro foi capaz de produzir
naqueles tempos. Logo ganhou o apelido de “A Raposa do Deserto”, após, mesmo se
a contragosto, fortalecer as combalidas tropas italianas no norte da e fazer as avançadas tropas britânicas
recuarem no front africano.
Durante a Primeira Guerra ele ganharia a maior condecoração a oficiais concedida pelo governo alemão, após seus 150 comandados renderem 9 mil soldados e 80 na Batalha de Carporetto, Itália.
Em 1929, Rommel escreveu seu primeiro livro, Ataques de
Infantaria, no qual compilou parte de suas idéias e técnicas de estratégia. A
obra foi lida por mais de 400 mil alemães - inclusive Adolf Hitler, um
admirador nominal que não parece ter aprendido muito com ela.
Era como um herói nacional consumado que Rommel entrou na
Segunda Guerra, sob o comando da 7ª Divisão Panzer, em 1940. Ele foi um dos
primeiros a ultrapassar a Linha Maginot - cruzando-a por seu ponto fraco, na
fronteira com a Bélgica. Mais que ninguém, Rommel fez valer o nome Blitzkrieg
(guerra-relâmpago) os 240 km cruzados em um único dia por suas tropas blindadas
rendeu a seus homens a fama de "Divisão Fantasma"
Apesar da liberdade de que Rommel gozava, suas rusgas com o
comando nazista eram constantes. Rommel não partilhava da ideologia nazista, apesar
de respeitar Hitler como o líder do país. Mas a relação entre os dois
degringolou no início de 1943, quando o Führer cortou o suporte para as forças
dos Afrika Korps.
Os recursos escassearam, e a paciência de Rommel também. Se
os suprimentos não viessem, teria de se retirar. Hitler e o marechal Hermann
Goering, seu principal desafeto no exército. O braço-direito do Führer acusava
o general de desanimado e doentio, pois achava inconcebível um comandante do
Exército Alemão propor um recuo.
Em novembro de 1943, após a retirada dos Afrika Korps para a
Tunísia (a contragosto de Hitler e Goering), Rommel foi deslocado para
supervisionar as defesas que restaram na Dinamarca, Bélgica, Países Baixos e
França. No ano seguinte, foi cuidar da Muralha do Atlântico, região que os
alemães acreditavam ser forte o suficiente para segurar o avanço dos aliados.
Aumentou as fortificações, instalando bunkers, postos e
cerca de 6 milhões de minas. Enquanto o comando do Exército caiu num ardil
aliado para fazê-los acreditar que o ataque seria por Calais, Rommel suspeitava
que viria pela Normandia, centenas de quilômetros ao sul. Fato confirmado em 6
junho de 1944, o Dia D.
A Alemanha já sendo arrasada pelos soviéticos no Front
Oriental. A abertura de um segundo front acabou com a confiança de uma parte
considerável do comando militar alemão - particularmente, os que não tinham uma
ligação ideológica com o nazismo. Para eles, a guerra era uma causa perdida e a
resistência imposta por Hitler e Goering era fútil, um desperdício de milhões
de vidas alemãs.
Essa era uma opinião partilhada por Rommel e o jovem coronel
Claus von Stauffenberg - um nobre de nascença, como ele. O coronel queria
assassinar Hitler e render-se aos aliados. Stauffenberg trouxe vários militares
profissionais para sua conspiração. Rommel foi contactado, mas ele tinha uma
restrição: preferia ver Hitler preso a morto, pois achava que seu assassinato
causaria uma guerra civil.
Três dias antes do ataque, a tenda de Rommel foi atacada num
rasante por um caça aliado. Ele estaria hospitalizado em estado grave quando,
em 20 de julho, uma bomba explodiu no escritório de Hitler, a menos de um metro
dele, ao pé de sua mesa. Por um sério erro tático, ele sobreviveu com
ferimentos leves.
Em outubro de 1944, Rommel voltou para sua casa em
Herrlingen. Sua casa estava sendo vigiada pela Gestapo - o nome de Rommel
surgiu nas confissões sob tortura dos envolvidos no atentado.
Na manhã do dia 14, vestindo sua farda cáqui dos Afrika
Korps, ingeriu uma cápsula de cianureto.
Hitler sabia que executar seus mítico general, figura central na
propaganda nazista até então, teria sérias consequências no moral do Exército e
do povo. Então ele ofereceu a Rommel uma solução ao estilo samurai: um suicídio
honroso. Rommel aceitou não porque estivesse preocupado em mancharem seu nome,
mas pelas consequências contra sua família.
Rommel nunca foi acusado de crimes de guerra, tortura ou
maus-tratos. Cortava a água de suas tropas no deserto, mas não deixava seus
prisioneiros morrerem de sede. Seu envolvimento - ou, no mínimo, omissão em
denunciar - a conspiração para exterminar Hitler só aumentou a admiração de
seus inimigos. Era um nobre demônio, lutando do lado errado - e parece ter
notado isso ao final da vida.
Frases de Rommel
Não se sabe ao certo a posição de Rommel no atentado contra
Hitler, mas aqueles que buscam conhecer a sua história irão se impressionar com
a tamanha inteligência desse oficial que morreu tão jovem, mas antes de morrer
teve grandes conquistas pela sua nação e por aquilo que acreditava (sem entrar
em divisão de certo e errado). No campo de Batalha ele era praticamente
imbatível, ele se tornou uma espécie de lenda no meio militar. Conta-se que os
soldados britânicos usavam a expressão “Fazer um Rommel”, que seria fazer algo
de forma impecável.
Ele também tem algumas citações muito motivadores,
principalmente no meio militar, vamos acompanhar algumas:
“Seja um exemplo para seus homens, em seu dever e na vida
privada. Nunca se poupe, e deixe que as tropas vejam que você não está em sua
fadiga e privação. Sempre seja diplomático e bem-educado e ensine seus
subordinados a fazer o mesmo. Evite a nitidez excessiva ou aspereza da voz, o
que geralmente indica o homem que tem deficiências próprias para se esconder” –
Erwin Rommel
“Quando não há uma opção clara, é melhor não fazer nada.”
– Erwin Rommel
“O suor salva o sangue, o sangue salva vidas, mas o cérebro
salva as duas coisas” – Erwin Rommel
“Não lute uma batalha se você não ganhar nada ganhando ela”
– Erwin Rommel
“A organização de suprimentos, o comando dos homens,
qualquer coisa de qualquer forma construtiva requer mais do que intelecto;
exige energia e motivação e uma vontade implacável de servir a causa,
independentemente dos interesses pessoais” –
Erwin Rommel
“É minha experiência que decisões ousadas dão a melhor
promessa de sucesso. Mas é preciso diferenciar entre ousadia [estratégica] e
tática e uma aposta militar. Uma operação ousada é aquela em que o sucesso não
é uma certeza, mas que, em caso de falha, deixa alguém com forças suficientes
para lidar com qualquer situação que possa surgir. Uma aposta, por outro lado,
é uma operação que pode levar à vitória ou à completa destruição da força de
alguém. Situações podem surgir onde mesmo a aposta pode ser justificada – como,
por exemplo, quando no curso normal dos acontecimentos a derrota é meramente
uma questão de tempo, quando o ganho de tempo é, portanto, inútil e a única
chance reside em uma operação de grande risco.” – Erwin Rommel
“Eu preferiria ser o martelo do que a bigorna” – Erwin
Rommel
“Nenhum plano sobrevive ao contato com o inimigo” – Erwin
Rommel
Erwin Rommel em um desfile em Paris no dia da
vitória sobre a França (junho de 1940).
Rommel (esq.) e seus oficiais no deserto da
África do Norte.
Rommel no Norte da África em 1943.
Rommel em 1917.
Rommel na 1ª Guerra.
Devido aos ferimentos sofridos, permaneceu
fora de combate por vários meses, retornando para o seu Regimento no dia 13 de
Janeiro de 1915, onde logo participou de um combate em trincheiras na Floresta
de Argonnes. Duas semanas mais tarde avançou com um outro soldado por cerca de
100 metros num terreno com arame farpado contra as posições inimigas onde
conseguiu capturar quatro bunkers inimigos, ajudou a sua unidade contra um
ataque de um batalhão inimigo e em seguida ajudou a sua unidade a recuar após
um contra-ataque francês, tendo a sua unidade perdido somente doze soldados.
Por estes novos atos de bravura foi condecorado com a Cruz de Ferro de 1ª
Classe.
Foi novamente ferido em combate em no mês
de Julho e no mês de outubro foi colocado no comando do recém-formado Batalhão
de Montanha Württemberg, formado após um ano de treinamento, contando com seis
Companhias de Rifles e seis Pelotões de Metralhadoras de Montanha. Após a
formação, foram enviados para a Romênia para combater os russos. Theodor
Werner, um dos comandantes destes pelotões uma vez disse que "quando havia
perigo, ele sempre estava em nossa frente nos chamando para segui-lo. Ele
parecia não conhecer o medo. Os seus homens o tornaram um ídolo e tinham fé
nele."
Antes, num período de folga, casava-se em
Danzigue a 29 de Novembro de 1916 com Lucia Marie Mollin, sua companheira até
ao fim dos seus dias.
No mês de Janeiro de 1917, Rommel já era
comandante de um Abteilung e de um destacamento contendo de três a sete
companhias de montanha. O seu batalhão permaneceu na França até Julho do mesmo
ano e após foi enviado para o fronte romeno, sendo ferido por um disparo apenas
dois dias após a sua chegada, no dia 10 de Agosto de 1917, desta vez no seu
braço esquerdo, fato que o fez afastar-se do comando por dois meses. No dia 26
de Setembro o seu batalhão foi enviado para o norte da Itália.
Os italianos haviam entrado na guerra
contra a Áustria em 1915 com o objetivo de tomar de volta o porto Adriático de
Trieste, tendo ocorrido até o momento da chegada de Rommel onze batalhas no rio
que faz a divisa, o Isonzo. No seu 20º ataque utilizaram 5 divisões de
infantaria com centenas de armas pesadas causando grandes baixas aos soldados
austríacos que pediram auxílio.
A ajuda logo veio com a criação do 14º
Exército Alemão, sob comando do General Otto von Bellow, que foi enviado para a
área. Nas unidades sob seu comando estava a de Rommel que chegou ao local no
mês de Outubro de 1917. Logo ao chegar percebeu que as condições de batalha
naquele fronte era bem diferentes do que o que havia encontrado na França pelo
fato de o terreno ser bem mais acidentado.
O General von Below atacou pela parte sul
do rio Isonzo tendo como principais alvos o Monte Mataiur, Monte Kuk, o cume de
Kolovrat e a Colina 1114. Havia centenas de soldados italianos no alto destas
posições e tantas outras centenas de construções que abrigavam as armas de
infantaria para defendê-las.
Na campanha desenvolvida nos Montes
Cárpatos, sobressaiu-se novamente, tendo conduzido com sucesso uma companhia de
infantaria de montanha e obtendo diversas vitórias.
Foi oferecido uma recompensa aos comandantes
que atingissem estes objetivos primeiro, criando a disputa entres as unidades
que vinham das províncias da Baviera, Silésia e Swabia. Um destes comandantes,
o Leutnant Ferdinand Schörner (Espadas de Cruz de Cavaleiro n° 23) atacou e
tomou a Colina 1114 sendo condecorado com a Pour le Mérite, condecoração esta
que deveria ser dada a Rommel segundo o comandante das unidades no local, o
Major Theodor Sproesser, que numa reportagem de guerra havia informado que na
noite anterior a unidade de Rommel havia encontrado uma passagem para entrar
nas linhas italianas levando somente três horas para fazê-lo, tomando o Monte
Kuk onde conseguiu aprisionar 40 oficiais e 1.500 soldados.
Outra condecoração havia sido
disponibilizada pelo General von Bellow para o oficial que tomasse o Monte
Mataiur, com 5.400 pés de altura. Se seguiu um intenso combate para a tomada do
Monte que durou mais de 53 horas, tendo após este tempo os italianos começado a
recuar, sendo feito mais de 120 prisioneiros e Rommel foi o primeiro a chegar
ao seu topo. Às 11:40 ordenou que fossem acenadas uma bandeira branca e três
verdes para comemorar o feito, tendo a tomada do monte custado a vida de
somente um de seus soldados.
Na manhã seguinte a vitória foi anunciada
pelo General Erich von Ludendorff, chief of the General Staff, e atribuída ao
Leutnant Walther Schnieber, comandante de uma Companhia da Silésia o que deixou
Rommel extremamente furioso, mas nada pôde fazer.
No dia 4 de Novembro esteve a frente do 14º
Exército chegando ao rio Tagliamento, onde combateu os italianos que tentavam
atrasar o seu avanço. No dia 7 de Novembro,a unidade de Rommel capturou uma
passagem a 4700 pés e dois dias mais tarde capturou outra passagem, se
dirigindo para os sistemas de defesa de montanha italianos, onde a estrada em
que seguia havia sido explodida, estando esta na face de um morro de 600 pés de
altura, tendo de fazer a passagem pelo outro lado, numa ponte suspensa a 500
pés de altura.
Chegaram próximo de Longarone quando forma
atacados por metralhadoras e rifles a uma distância de 600 metros da posição em
que estavam, tendo entre eles o rio Piave, sendo derrubada em seguida a única
ponte para a travessia do rio.
Ordenou que uma companhia e um pelotão
fizessem a aproximação, seguindo Rommel juntamente com os seus soldados, tendo
dezoito de seus soldados feito a travessia do rio sob constante fogo inimigo,
logo após, mais soldados passaram para o outro lado, estabelecendo uma posição
às 16:00 ao sul de Longarone. Após tomaram a estrada de acesso a cidade e a
ferrovia, desarmando 800 soldados italianos.
Mais cinco companhias o seguiram na
travessia do rio e seguiram o avanço em direção à Longarone. Encontraram uma
barricada armada no meio da estrada protegida com metralhadoras, sendo obrigado
a ordenar um breve recuo, estando numa situação complicada, onde havia 10 mil
soldados italianos na sua frente e as tropas de Rommel estavam com um número
muito reduzido, tendo apenas 25 soldados a sua disposição naquele momento,
sendo todos feitos prisioneiros ao serem alcançados pelas tropas italianas,
conseguindo apenas Rommel escapar para reagrupar o seu Abteilung.
Foram realizados seis ataques pelas forças
italianas que tentavam tomar a posição em que Rommel estava, sendo atacados com
metralhadoras e forçados a recuar todas as vezes. Recebeu apoio de seu
superior, o Major Sproesser que enviou ajuda das suas unidades e de outras
vindas da divisa austríaca, chegando na posição de Rommel no meio da noite.
No dia seguinte Rommel atacou juntamente
com as novas forças, tendo em seguida o comandante italiano enviado uma carta
em que anunciava a rendição das forças italianas nos arredores de Longarone,
carta esta trazida pelo Leutnant Schoeffel que havia sido feito prisioneiro de
guerra e que ainda trazia mais de cem prisioneiros de guerra.
Após estes dez dias da Batalha de
Longarone, o batalhão de Sproesser perdeu 30 soldados e um oficial (caiu de uma
montanha) e a unidade de Rommel capturou num único dia nesta cidade um total de
8 000 soldados italianos. Após estes feitos foi finalmente reconhecida a sua
bravura pelo Kaiser e condecorado com a Pour le Mérite, sendo citado que a
condecoração era por ter chegado a linha de Kolovrat, tomar o Monte Mataiur e
por capturar Longarone.
Esta ficou conhecida como a Batalha de
Caporetto, na qual seus homens capturaram mais de 9000 homens e 81 canhões
inimigos, contribuindo ativamente para a desintegração das posições defensivas
italianas. Com esse feito, Rommel foi promovido a capitão e agraciado com a
Pour le Mérite.
Funeral de Rommel.
Seu funeral foi celebrado em 18 de Outubro de 1944 com as mais altas honrarias militares do III Reich e, oficialmente sua "causa mortis" foi anunciada como efeito dos ferimentos que recebera meses antes.
A maior base militar da Alemanha, o Quartel
Marechal-de-Campo Rommel (Generalfeldmarschall-Rommel-Kaserne), em Augustdorf,
tem esse nome em sua honra.
LÁPIDE DO MARECHAL ERWIN ROMMEL
Cemitério Municipal, Herrlingen, Alemanha
No cemitério de Herrlingen está o Túmulo de Erwin Rommel, a “Raposa do Deserto”.
Seus restos mortais, depois de cremados foram
sepultados em Herrlingen, Alemanha, no cemitério próximo de sua casa.
Sua família não foi perseguida após sua
morte. Um dos seus filhos chegou ao cargo de presidente da câmara
(Bürgermeister) da cidade de Stuttgart.
Trailler filma rommel legendado
Fontes
1-
https://aventurasnahistoria.uol.com.br/noticias/reportagem/historia-quem-foi-erwin-rommel.phtml
Nenhum comentário:
Postar um comentário