Mauthausen-Gusen foi um complexo de campos de concentração
construídos pelos nazistas na Áustria, situado a cerca de 20 km da cidade de
Linz. Inicialmente consistindo apenas de um pequeno campo, transformou-se num
dos maiores complexos de trabalho escravo da Europa ocupada pela Alemanha
durante a II Guerra Mundial. Os prisioneiros destes campos eram usados para o
esforço de guerra alemã, trabalhando em pedreiras e fabricando armas, munições,
peças de aviões e minas, sob um regime de trabalhos forçados que causou centenas
de milhares de mortos.
Em 1944, apesar da construção de novos pequenos campos no
complexo, o número de prisioneiros superava em muito a capacidade das instalações,
chegando a quatro internos por cama. Os prisioneiros do campo também eram
"alugados" para trabalho escravo, sendo usados por empresas
austríacas para trabalhar em fazendas, construção e reparo de estradas, reparos
em barragens do rio Danúbio e até escavação de sítios arqueológicos.
Extermínio
A pedreira de Mauthausen foi o local da infame "Escada
da Morte", onde prisioneiros eram obrigados a subir os 186 degraus da
pedreira carregando blocos de pedra de 50 kg em fila; como resultado disso,
alguns prisioneiros exaustos caíam por cima dos outros, derrubando diversos
homens na fila escada abaixo, num efeito dominó, para a morte ou graves
ferimentos.
Esta brutalidade proposital seguia os métodos dos SS, que
forçavam prisioneiros a subirem correndo os degraus da pedreira carregando
pedras, após horas de trabalho pesado, sem comida nem água suficientes, e os
que caíssem eram executados; os poucos sobreviventes participavam então do
chamado Muro do Páraquedas, onde alinhados na crista da pedreira à beira do
precipício, tinham a escolha de morrerem fuzilados perfilados na fila ou
jogarem o companheiro ao lado pela borda do penhasco.
Outros métodos de extermínio usados em Mauthausen eram:
Surra com bastões até a morte
Chuveiro de gelo, onde eram obrigados a tomar um banho
gelado e depois deixados para secar do lado de fora da barraca sob um frio de
-30 °C, morrendo de hipotermia (3.000 morreram assim)
Fuzilamento em grupo
Experimentos médicos (ver: experimentos humanos nazistas),
com inoculação de bactérias de tifo e cólera nos prisioneiros para testar vacinas.
(2000 mortos)
Enforcamento
Fome em solitárias
Afogamento em barris de água
Liberação
Foto atual do campo transformado em memorial. Visto de
dentro para fora, mostra ao fundo, no centro, o portão de entrada. À esquerda,
a câmara de gás e as chaminés do crematório
Em 3 de maio de 1945, a guarda SS de Mauthausen deixou os
campos junto com seu comandante, o SS-Standartenführer Franz Ziereis, devido ao
avanço das tropas aliadas. Foram substituídos no dia seguinte por homens
desarmados da Volkssturm, a guarda nacional criada por Hitler nos últimos dias
de guerra, formada basicamente por homens de meia idade e inválidos de guerra,
policiais aposentados e bombeiros de Viena, que criaram junto com os internos
um sistema de controle do campo pelos próprios prisioneiros.
Libertação do campo pelas tropas norte-americanas
Em 5 de maio, o complexo foi o último a ser libertado pelas
tropas norte-americanas do 3º Exército dos Estados Unidos, que desarmaram os
policiais e se retiraram. A grande maioria dos SS já havia fugido, mas cerca de
30 restantes do pessoal de apoio que ficaram foram linchados pelos
prisioneiros.
Entre os sobreviventes estavam o tenente americano Jack
Taylor, que seria uma testemunha chave nos subseqüentes julgamentos de crimes
de guerra de Mauthausen e um engenheiro chamado Simon Wiesenthal, que dedicaria
o resto de sua vida a caçar criminosos de guerra nazistas.
Após a capitulação alemã, o campo passou a fazer parte da
zona de ocupação soviética na Áustria. Inicialmente sua área foi usada para
instalações de barracas de acampamento de tropas do Exército Vermelho a medida
que as fábricas subterrâneas iam sendo desmanteladas e enviadas para a URSS
como butim de guerra; em 1947 os soviéticos explodiram os túneis e devolveram o
local ao governo austríaco, que declararam o local memorial nacional.
Em 1975, o chanceler Bruno Kreisky abriu no local o Museu
Mauthausen. A área antes ocupada pelos sub-campos do complexo hoje é coberta de
edificações residenciais construídas no pós-guerra.
Os fornos destino final de milhares de prisioneiros de Mauthausen-Gusen.
Fontes:
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