Translate

terça-feira, 28 de junho de 2022

Relato sobre o 1º “desertor” da F.E.B. no dia do embarque do 1º Escalão da FEB.

 


Este relato consta Livro - Recordando os bravos – Eu convivi com eles -Campanha da Itália -de autoria do Marechal Floriano de Lima Brayner.

Que conta suas recordações quando Coronel como Chefe do Estado Maior da F.E.B. como o título já enforma este é um relato do dia do embarque do 1º Escalão da F.E.B.

O sigilo do embarque era algo imprescindível para o sucesso da operação de transporte de F.E.B. pois como bem sabemos o Atlântico estava tomado por cardumes de U-bolts, estes prontos para mandar ao fundo do oceano qualquer embarcação que julgassem inimiga. 

Espero que gostem como eu gostei e por isso estou transcrevendo abaixo na integra o texto como escrito pelo autor, a todos uma boa leitura e;

F.E.B. BRASIL!!!

A cobra vai fumar!!!

Passamos agora a transcrição feita com as próprias palavras do na época Coronel Brayner - Chefe do Estado Maior da F.E.B.

 

“Já se passavam oito dias da reunião do gabinete Secreto, e eu novamente interpelei Bina Machado e ele me respondeu de acordo com nosso código, bem no estilo dos pagos: 

 -Cuida-te porque há Mouros na costa.

Avisei o General. Ele partiu logo para o Gabinete Ministerial, num primeiro encontro com nosso leal amigo Bina Machado.

Em consequência, Mascarenhas determina o desencadeamento da operação “Embarque” que importava em lançar o Grupamento nº 1 (1.º R.I.) para Santa Cruz, onde estacionaria como se estivesse embarcando; nº 11 (11.º R.I.) para o Recreio dos Bandeirantes como mesmo objetivo: finalmente, o nº6 (6.ºR.I.) para o embarque real.

Vinte e quatro horas depois entrava no porto o poderoso transporte “General Mann” super-artilhado, com alojamento para 6.000 homens.

Atracou no armazém 2 do Cais do Porto e abriu os portões de embarque, e às 21horas dessa jornada de 30 de julho começou a engolir os 6.000 homens do 1.º Escalão de Transporte. Mascarenhas, cujo a bagagem já estava embarcada, presidiu todos os detalhes da operação, com serenidade e costumeira energia. Como Comandante da Área de Embarque, eu o assessorava em todos momentos.

Presentes e extremamente atentos, dois Generais americanos, vindos especialmente para presenciar o embarque, eram assessorados pelo General Kröner, Adido Militar dos Estados Unidos. Em dado momento, algo inesperado aconteceu: uma patrulha de Fuzileiros Navais que fazia a segurança da Área de Embarque, encontrou um soldado expedicionário escondido.

Leve-o imediatamente á presença do Grupo de Autoridades presentes, com grande desgosto para o nosso Comandante que não teve meias-palavras para invectivar aquele que considerou o 1º desertor da F.E.B.

O homem ouviu a torre de insultos de cabeça baixa, sem esboçar a mínima reação.

A mesma patrulha o levou até a escotilha de embarque, entregando-o ao oficial que fiscalizava a entrada dos homens. Algum tempo passado, uma escolta de bordo vem à presença das autoridades, com o pretenso desertor, declarando, de Ordem do Ten-Cel.  Motta que dirigia a operação dentro do navio, que o homem não pertencia a nenhuma das unidades embarcadas!

Surpresa geral.

Emoção.

A informação dizia que o homem não era tipicamente um desertor. Ao contrário: ele estava ali para tentar embarcar como clandestino, deves que a sua unidade – Um Grupo de Artilharia – estava na Vila Militar e só embarcaria com o 2º Escalão.

Porque este interesse em seguir com o 1º Escalão?

Simplesmente por motivo sentimental. Um companheiro e conterrâneo da cidade mineira, de família seguia no 1º Escalão. Ao partirem de sua cidade para se incorporarem à F.E.B. trocaram juramentos perante seus pais, que selariam sempre um pelo outro. Naquele momento quando as circunstâncias iriam os separar – um segui no 1º Escalão enquanto a unidade do outro permaneceria no Rio, o peso do juramento prevaleceu, e ele aproveitaria a confusão dos últimos momentos e e entraria no navio, para esconder-se e só aparecer quando estivesse ao largo e aceitassem o fato consumado, de um clandestino que não seria devolvido.

O Gen. Mascarenhas que tivera expressões candente ao classifica-lo com 1º desertor da F.E.B. só faltou pedir-lhe desculpas, censurando-o toda via por ter permanecido silencioso quando verdadeiramente insultado e ofendido nos seus brios.

Afinal de contas o homem era mais herói, nada de covarde.

A mim o Gen. Mascarenhas confidenciou:

- Quando o homem veio a minha presença, eu me encontrava com todas as atenções voltadas para o embarque, que estava tendo um brilhante êxito, na opinião dos americanos presentes. Minha indignação não teve limites. Com dificuldade evitei a revolta do Zenóbio, ao meu lado. Como o homem suportou com serenidade os doestos que lhe eram dirigidos, sem esboçar qualquer reação, eu lhe fiz sentir:

- Como castigo, você vai ser o único a embarcar escoltados, para ser humilhado perante seus companheiros.

- Afinal de contas não se configura o caso de deserção.

Era, apenas uma falta grave.

O melhor foi, quando o homem voltou escoltado por não poder embarcar, o ambiente foi um pouco de opereta. Os americanos, que não haviam dado maior importância ao episódio adoraram o desfecho. Para o gen. Kröner, o assunto se incorporaria ao anedotário da guerra. Lá nos Estados Unidos o faltoso inteligente e imaginativo seria até premiado. Os americanos, pudessem, teriam pedido para que o falso-faltoso seguisse como excedente. Mas, o Gen. Mascarenhas antes de qualquer interferência sentimental, deu ordem para que o homem fosse reconduzido a sua unidade na Vila Militar. E o Gen. Cordeiro, Comandante da Artilharia, tomou-o sob sua proteção, e, para conforta-lo no seu gesto infantil, prometeu fazê-lo seguir no próximo embarque.”




Ao centro Gen. Mascarenhas a esquerda Gen. Zenóbio e a direita Cel Brayner, 

conferência sobre as operações do destacamento de Zenóbio em 18 de setembro de 1944. 





General Mascarenhas, coronel Brayner e Oficiais do estado Maior recebendo aula de inglês,
 antes de partir para a Itália.


Um fraternal abraço a todos.

Rudi De Antoni.:

 

 

Fonte:

Livro - Recordando os bravos – Eu convivi com eles -Campanha da Itália -Autor, Marechal Floriano de Lima Brayner.

O DOUTOR MORTE, ARIBERT HEIM

 

   ARIBERT HEIM, CONHECIDO COMO O DOUTOR MORTE





Foi um oficial médico nazista, membro da Schutzstaffel. Participou e comandou experiências médicas nos campos de concentração de Buchenwald, Mauthausen e Sachsenhausen.

Desaparecido desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi acusado de tortura em variadas formas, como a vivisecção em prisioneiros dos campos de concentração. Foi considerado como criminoso nazi em fuga e procurado como tal pelas polícias alemã, austríaca e espanhola, bem como pelo Centro Simon Wiesenthal de Jerusalém.

O seu pai era polícial, e Aribert fez estudos de medicina na Universidade de Viena. Aos 21 anos, adere ao Partido Nacional Socialista Austríaco antes de se juntar em 1938 às SS de Heinrich Himmler (número de membro 367.744). Depois de ter servido no campo de concentração de Buchenwald sob as ordens de outro médico nazi, Hannes Eisel, foi nomeado em 8 de Outubro de 1941 médico-chefe em Mauthausen, onde se estima que 118.000 prisioneiros checos, neerlandeses, soviéticos, judeus, membros de diversos movimentos de resistência antinazis e republicanos espanhóis tenham sido mortos.

Em Mauthausen, onde ficou sete semanas, Heim entrega-se a intervenções sem anestesia e a experiências médicas para as quais utilizou detidos como cobaias. Fez estudos comparativos sobre misturas de venenos, medindo com um cronómetro na mão a velocidade das injeções letais que dava diretamente no coração dos prisioneiros. É esta prática que lhe valeu da parte dos deportados espanhóis de Mauthausen a alcunha de El banderillero. No campo, Heim era conhecido por Dr. Tod («Doutor Morte»). Durante a sua permanência, que durou um pouco menos de dois meses, são atribuíveis a Heim as mortes de centenas de prisioneiros, assassinados directamente durante ou após as suas "pesquisas". A polícia judiciária de Estugarda avançou com o total de 300 mortos. Heim deixou Mauthausen para integrar a Waffen-SS em 29 de Novembro de 1941.

Em 15 de Março de 1945, Heim foi preso pelos Aliados mas apenas foi julgado por ter pertencido às Waffen-SS. Uma recolha de impressões digitais foi feita em 1945, documento que figura ainda no dossiê de acusação de Heim. Foi enviado para um campo de trabalhos forçados. Libertado em 1947, encontra trabalho como médico em Baden-Baden no sul da Alemanha Ocidental, onde casa com a sua noiva Frieda e abre um gabinete de ginecologia em 1954. O seu nome reaparece em 1961, no decorrer de um processo de um ex-nazi em Wiesbaden, e um testemunho evoca-o como « carniceiro de Mauthausen ». Heim desapareceu em 1962, quando a polícia alemã se preparava para o prender.

Em 1967, pessoas da sua família noticiaram que tinha falecido de câncer na América Latina (ver: Ratlines). Mas envios de dinheiro repetidos e a descoberta pelos agentes da Alemanha e de Israel de uma conta bancária de Berlim em seu nome com o que hoje equivaleria a um milhão de euros, no início da década de 2000, provaram que ainda era vivo, o que é confirmado pelo facto de os seus filhos não terem feito partilha desse dinheiro. O jornal espanhol El Mundo estima que a fortuna considerável de Heim lhe teria permitido beneficiar da assistência da rede de apoio a antigos nazis em fuga ODESSA (Organisation Der Ehemaligen SS-Angehörigen= Organização dos antigos membros das Schutzstaffel).

No final da década de 1970, o «caçador de nazis» Simon Wiesenthal, ele próprio sobrevivente de Mauthausen, pede ao ministro da Justiça alemão a comparência de Heim em tribunal. A polícia alemã difundiu uma nota de procura e prometeu uma recompensa de 130.000 euros por informações que conduzissem à sua captura. O Centro Simon Wiesenthal, especializado na procura de antigos responsáveis e torcionários nazis, dedicou-se a procurar vestígios do antigo médico. Em 2002, por iniciativa de Efraim Zuroff (sucessor de Simon Wiesenthal no Centro) foi lançada a 'Operação Última Oportunidade na Alemanha e em oito países da Europa: Heim figurava no segundo lugar na lista de criminosos de guerra nazis mais procurados pelo Centro, logo a seguir a Alois Brunner.

No final de 2005 Heim terá alegadamente encontrado refúgio em Espanha, em Palafrugell segundo a polícia. A busca, que não terminou, foi retomada no início de 2006 no Chile onde a irmã de Heim, Waltraud, vivia desde a década de 1970 (segundo o jornal Der Spiegel).Em Julho de 2007, o ministério da Justiça austríaco anunciou no seu site que uma recompensa de 50.000 euros era dada a quem fornecesse informações que pudessem conduzir, localizar ou capturar Aribert Heim e Alois Brunner.

Em 2007, o antigo militar Danny Baz publicou um livro no qual afirma que Heim foi capturado, julgado e executado na Ilha Santa Catalina em 1982 por um grupo chamado La Chouette, constituído por suplementar os serviços secretos israelitas no rasto de criminosos nazis, abandonados pelo estado de Israel depois da prisão e execução de Adolf Eichmann. Num comunicado, o Centro Simon Wiesenthal afirmou que crê que esta informação não está correcta.

Heim morreu em 1992, no Egipto, segundo uma investigação da televisão alemã ZDF e do jornal "The New York Times".

Em Setembro de 2012, a justiça alemã declarou de forma oficial a morte do criminoso nazi Aribert Heim.

Aribert Heim

Nascimento       28 de junho de 1914

Bad Radkersburg

Morte   10 de agosto de 1992 (78 anos)

Cairo

Residência          Cairo

Sepultamento  Cairo

Cidadania            Alemanha, Áustria

Alma mater        Universidade de Viena, Universidade de Rostock

Ocupação           médico militar, jogador do hóquei no gelo, torturador, médico, ginecologista

Religião Islã

Causa da morte câncer colorretal

 


Sachsenhausen

________________________________________________


Mauthausen

________________________________________________




Buchenwald,

 

Fonte:

 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aribert_Heim

 

Referências

 (em inglês) « Wiesenthal Center Matches German Reward for Escaped Nazi Doctor; Urges Austrian Government To Do Likewise » : despacho do Centro Simon Wiesenthal, 8-Fev-2006

 O livro das operações cirúrgicas onde se fazia a listagem dos médicos intervenientes lista em pormenor os actos efectuados e o número de mortos, e mostra experiências quase diárias.

 Relatado pelo historiador britânico David Wingeate Pike no seu livro Spaniards in the Holocaust : Mauthausen, the Horror on the Danube (2000).

 (em inglês) « Nazi hunters close in at last on the torturer they call El Banderillo », The Times, 15-Out-2005

 (em castelhano) « A la caza del último nazi », El Mundo, 30-Out-2005

 (em inglês) « Ten most prominent current cases of nazi war criminals », parte de relatório do Centro Simon Wiesenthal, 23-Abr-2006

 (em francês) « Le criminel nazi Aribert Heim est recherché en Espagne » Le Monde, 3-Nov-2005

 (em inglês) « German courts seek nazi fugitive thought to be in Chile », rapporté par The Santiago Times, 26 avril 2006.

 (em inglês) Aviso de procura no site do ministério austríaco da justiça, Jul-2007.

 Danny Baz, Ni oubli ni pardon : Au coeur de la traque du dernier nazi, Grasset, 2007, ISBN 9782246706212

 « Heim, dernier criminel nazi en fuite ou fantôme ? » - Rue89.com

 « Aribert Heim : une affaire classée », Le Monde, 14-Out-2007

 (em inglês) Comunidado do Centro Simon Wiesenthal 14-Out-2007