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terça-feira, 28 de junho de 2022

Relato sobre o 1º “desertor” da F.E.B. no dia do embarque do 1º Escalão da FEB.

 


Este relato consta Livro - Recordando os bravos – Eu convivi com eles -Campanha da Itália -de autoria do Marechal Floriano de Lima Brayner.

Que conta suas recordações quando Coronel como Chefe do Estado Maior da F.E.B. como o título já enforma este é um relato do dia do embarque do 1º Escalão da F.E.B.

O sigilo do embarque era algo imprescindível para o sucesso da operação de transporte de F.E.B. pois como bem sabemos o Atlântico estava tomado por cardumes de U-bolts, estes prontos para mandar ao fundo do oceano qualquer embarcação que julgassem inimiga. 

Espero que gostem como eu gostei e por isso estou transcrevendo abaixo na integra o texto como escrito pelo autor, a todos uma boa leitura e;

F.E.B. BRASIL!!!

A cobra vai fumar!!!

Passamos agora a transcrição feita com as próprias palavras do na época Coronel Brayner - Chefe do Estado Maior da F.E.B.

 

“Já se passavam oito dias da reunião do gabinete Secreto, e eu novamente interpelei Bina Machado e ele me respondeu de acordo com nosso código, bem no estilo dos pagos: 

 -Cuida-te porque há Mouros na costa.

Avisei o General. Ele partiu logo para o Gabinete Ministerial, num primeiro encontro com nosso leal amigo Bina Machado.

Em consequência, Mascarenhas determina o desencadeamento da operação “Embarque” que importava em lançar o Grupamento nº 1 (1.º R.I.) para Santa Cruz, onde estacionaria como se estivesse embarcando; nº 11 (11.º R.I.) para o Recreio dos Bandeirantes como mesmo objetivo: finalmente, o nº6 (6.ºR.I.) para o embarque real.

Vinte e quatro horas depois entrava no porto o poderoso transporte “General Mann” super-artilhado, com alojamento para 6.000 homens.

Atracou no armazém 2 do Cais do Porto e abriu os portões de embarque, e às 21horas dessa jornada de 30 de julho começou a engolir os 6.000 homens do 1.º Escalão de Transporte. Mascarenhas, cujo a bagagem já estava embarcada, presidiu todos os detalhes da operação, com serenidade e costumeira energia. Como Comandante da Área de Embarque, eu o assessorava em todos momentos.

Presentes e extremamente atentos, dois Generais americanos, vindos especialmente para presenciar o embarque, eram assessorados pelo General Kröner, Adido Militar dos Estados Unidos. Em dado momento, algo inesperado aconteceu: uma patrulha de Fuzileiros Navais que fazia a segurança da Área de Embarque, encontrou um soldado expedicionário escondido.

Leve-o imediatamente á presença do Grupo de Autoridades presentes, com grande desgosto para o nosso Comandante que não teve meias-palavras para invectivar aquele que considerou o 1º desertor da F.E.B.

O homem ouviu a torre de insultos de cabeça baixa, sem esboçar a mínima reação.

A mesma patrulha o levou até a escotilha de embarque, entregando-o ao oficial que fiscalizava a entrada dos homens. Algum tempo passado, uma escolta de bordo vem à presença das autoridades, com o pretenso desertor, declarando, de Ordem do Ten-Cel.  Motta que dirigia a operação dentro do navio, que o homem não pertencia a nenhuma das unidades embarcadas!

Surpresa geral.

Emoção.

A informação dizia que o homem não era tipicamente um desertor. Ao contrário: ele estava ali para tentar embarcar como clandestino, deves que a sua unidade – Um Grupo de Artilharia – estava na Vila Militar e só embarcaria com o 2º Escalão.

Porque este interesse em seguir com o 1º Escalão?

Simplesmente por motivo sentimental. Um companheiro e conterrâneo da cidade mineira, de família seguia no 1º Escalão. Ao partirem de sua cidade para se incorporarem à F.E.B. trocaram juramentos perante seus pais, que selariam sempre um pelo outro. Naquele momento quando as circunstâncias iriam os separar – um segui no 1º Escalão enquanto a unidade do outro permaneceria no Rio, o peso do juramento prevaleceu, e ele aproveitaria a confusão dos últimos momentos e e entraria no navio, para esconder-se e só aparecer quando estivesse ao largo e aceitassem o fato consumado, de um clandestino que não seria devolvido.

O Gen. Mascarenhas que tivera expressões candente ao classifica-lo com 1º desertor da F.E.B. só faltou pedir-lhe desculpas, censurando-o toda via por ter permanecido silencioso quando verdadeiramente insultado e ofendido nos seus brios.

Afinal de contas o homem era mais herói, nada de covarde.

A mim o Gen. Mascarenhas confidenciou:

- Quando o homem veio a minha presença, eu me encontrava com todas as atenções voltadas para o embarque, que estava tendo um brilhante êxito, na opinião dos americanos presentes. Minha indignação não teve limites. Com dificuldade evitei a revolta do Zenóbio, ao meu lado. Como o homem suportou com serenidade os doestos que lhe eram dirigidos, sem esboçar qualquer reação, eu lhe fiz sentir:

- Como castigo, você vai ser o único a embarcar escoltados, para ser humilhado perante seus companheiros.

- Afinal de contas não se configura o caso de deserção.

Era, apenas uma falta grave.

O melhor foi, quando o homem voltou escoltado por não poder embarcar, o ambiente foi um pouco de opereta. Os americanos, que não haviam dado maior importância ao episódio adoraram o desfecho. Para o gen. Kröner, o assunto se incorporaria ao anedotário da guerra. Lá nos Estados Unidos o faltoso inteligente e imaginativo seria até premiado. Os americanos, pudessem, teriam pedido para que o falso-faltoso seguisse como excedente. Mas, o Gen. Mascarenhas antes de qualquer interferência sentimental, deu ordem para que o homem fosse reconduzido a sua unidade na Vila Militar. E o Gen. Cordeiro, Comandante da Artilharia, tomou-o sob sua proteção, e, para conforta-lo no seu gesto infantil, prometeu fazê-lo seguir no próximo embarque.”




Ao centro Gen. Mascarenhas a esquerda Gen. Zenóbio e a direita Cel Brayner, 

conferência sobre as operações do destacamento de Zenóbio em 18 de setembro de 1944. 





General Mascarenhas, coronel Brayner e Oficiais do estado Maior recebendo aula de inglês,
 antes de partir para a Itália.


Um fraternal abraço a todos.

Rudi De Antoni.:

 

 

Fonte:

Livro - Recordando os bravos – Eu convivi com eles -Campanha da Itália -Autor, Marechal Floriano de Lima Brayner.

O DOUTOR MORTE, ARIBERT HEIM

 

   ARIBERT HEIM, CONHECIDO COMO O DOUTOR MORTE





Foi um oficial médico nazista, membro da Schutzstaffel. Participou e comandou experiências médicas nos campos de concentração de Buchenwald, Mauthausen e Sachsenhausen.

Desaparecido desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi acusado de tortura em variadas formas, como a vivisecção em prisioneiros dos campos de concentração. Foi considerado como criminoso nazi em fuga e procurado como tal pelas polícias alemã, austríaca e espanhola, bem como pelo Centro Simon Wiesenthal de Jerusalém.

O seu pai era polícial, e Aribert fez estudos de medicina na Universidade de Viena. Aos 21 anos, adere ao Partido Nacional Socialista Austríaco antes de se juntar em 1938 às SS de Heinrich Himmler (número de membro 367.744). Depois de ter servido no campo de concentração de Buchenwald sob as ordens de outro médico nazi, Hannes Eisel, foi nomeado em 8 de Outubro de 1941 médico-chefe em Mauthausen, onde se estima que 118.000 prisioneiros checos, neerlandeses, soviéticos, judeus, membros de diversos movimentos de resistência antinazis e republicanos espanhóis tenham sido mortos.

Em Mauthausen, onde ficou sete semanas, Heim entrega-se a intervenções sem anestesia e a experiências médicas para as quais utilizou detidos como cobaias. Fez estudos comparativos sobre misturas de venenos, medindo com um cronómetro na mão a velocidade das injeções letais que dava diretamente no coração dos prisioneiros. É esta prática que lhe valeu da parte dos deportados espanhóis de Mauthausen a alcunha de El banderillero. No campo, Heim era conhecido por Dr. Tod («Doutor Morte»). Durante a sua permanência, que durou um pouco menos de dois meses, são atribuíveis a Heim as mortes de centenas de prisioneiros, assassinados directamente durante ou após as suas "pesquisas". A polícia judiciária de Estugarda avançou com o total de 300 mortos. Heim deixou Mauthausen para integrar a Waffen-SS em 29 de Novembro de 1941.

Em 15 de Março de 1945, Heim foi preso pelos Aliados mas apenas foi julgado por ter pertencido às Waffen-SS. Uma recolha de impressões digitais foi feita em 1945, documento que figura ainda no dossiê de acusação de Heim. Foi enviado para um campo de trabalhos forçados. Libertado em 1947, encontra trabalho como médico em Baden-Baden no sul da Alemanha Ocidental, onde casa com a sua noiva Frieda e abre um gabinete de ginecologia em 1954. O seu nome reaparece em 1961, no decorrer de um processo de um ex-nazi em Wiesbaden, e um testemunho evoca-o como « carniceiro de Mauthausen ». Heim desapareceu em 1962, quando a polícia alemã se preparava para o prender.

Em 1967, pessoas da sua família noticiaram que tinha falecido de câncer na América Latina (ver: Ratlines). Mas envios de dinheiro repetidos e a descoberta pelos agentes da Alemanha e de Israel de uma conta bancária de Berlim em seu nome com o que hoje equivaleria a um milhão de euros, no início da década de 2000, provaram que ainda era vivo, o que é confirmado pelo facto de os seus filhos não terem feito partilha desse dinheiro. O jornal espanhol El Mundo estima que a fortuna considerável de Heim lhe teria permitido beneficiar da assistência da rede de apoio a antigos nazis em fuga ODESSA (Organisation Der Ehemaligen SS-Angehörigen= Organização dos antigos membros das Schutzstaffel).

No final da década de 1970, o «caçador de nazis» Simon Wiesenthal, ele próprio sobrevivente de Mauthausen, pede ao ministro da Justiça alemão a comparência de Heim em tribunal. A polícia alemã difundiu uma nota de procura e prometeu uma recompensa de 130.000 euros por informações que conduzissem à sua captura. O Centro Simon Wiesenthal, especializado na procura de antigos responsáveis e torcionários nazis, dedicou-se a procurar vestígios do antigo médico. Em 2002, por iniciativa de Efraim Zuroff (sucessor de Simon Wiesenthal no Centro) foi lançada a 'Operação Última Oportunidade na Alemanha e em oito países da Europa: Heim figurava no segundo lugar na lista de criminosos de guerra nazis mais procurados pelo Centro, logo a seguir a Alois Brunner.

No final de 2005 Heim terá alegadamente encontrado refúgio em Espanha, em Palafrugell segundo a polícia. A busca, que não terminou, foi retomada no início de 2006 no Chile onde a irmã de Heim, Waltraud, vivia desde a década de 1970 (segundo o jornal Der Spiegel).Em Julho de 2007, o ministério da Justiça austríaco anunciou no seu site que uma recompensa de 50.000 euros era dada a quem fornecesse informações que pudessem conduzir, localizar ou capturar Aribert Heim e Alois Brunner.

Em 2007, o antigo militar Danny Baz publicou um livro no qual afirma que Heim foi capturado, julgado e executado na Ilha Santa Catalina em 1982 por um grupo chamado La Chouette, constituído por suplementar os serviços secretos israelitas no rasto de criminosos nazis, abandonados pelo estado de Israel depois da prisão e execução de Adolf Eichmann. Num comunicado, o Centro Simon Wiesenthal afirmou que crê que esta informação não está correcta.

Heim morreu em 1992, no Egipto, segundo uma investigação da televisão alemã ZDF e do jornal "The New York Times".

Em Setembro de 2012, a justiça alemã declarou de forma oficial a morte do criminoso nazi Aribert Heim.

Aribert Heim

Nascimento       28 de junho de 1914

Bad Radkersburg

Morte   10 de agosto de 1992 (78 anos)

Cairo

Residência          Cairo

Sepultamento  Cairo

Cidadania            Alemanha, Áustria

Alma mater        Universidade de Viena, Universidade de Rostock

Ocupação           médico militar, jogador do hóquei no gelo, torturador, médico, ginecologista

Religião Islã

Causa da morte câncer colorretal

 


Sachsenhausen

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Mauthausen

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Buchenwald,

 

Fonte:

 https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aribert_Heim

 

Referências

 (em inglês) « Wiesenthal Center Matches German Reward for Escaped Nazi Doctor; Urges Austrian Government To Do Likewise » : despacho do Centro Simon Wiesenthal, 8-Fev-2006

 O livro das operações cirúrgicas onde se fazia a listagem dos médicos intervenientes lista em pormenor os actos efectuados e o número de mortos, e mostra experiências quase diárias.

 Relatado pelo historiador britânico David Wingeate Pike no seu livro Spaniards in the Holocaust : Mauthausen, the Horror on the Danube (2000).

 (em inglês) « Nazi hunters close in at last on the torturer they call El Banderillo », The Times, 15-Out-2005

 (em castelhano) « A la caza del último nazi », El Mundo, 30-Out-2005

 (em inglês) « Ten most prominent current cases of nazi war criminals », parte de relatório do Centro Simon Wiesenthal, 23-Abr-2006

 (em francês) « Le criminel nazi Aribert Heim est recherché en Espagne » Le Monde, 3-Nov-2005

 (em inglês) « German courts seek nazi fugitive thought to be in Chile », rapporté par The Santiago Times, 26 avril 2006.

 (em inglês) Aviso de procura no site do ministério austríaco da justiça, Jul-2007.

 Danny Baz, Ni oubli ni pardon : Au coeur de la traque du dernier nazi, Grasset, 2007, ISBN 9782246706212

 « Heim, dernier criminel nazi en fuite ou fantôme ? » - Rue89.com

 « Aribert Heim : une affaire classée », Le Monde, 14-Out-2007

 (em inglês) Comunidado do Centro Simon Wiesenthal 14-Out-2007

domingo, 31 de outubro de 2021

 

Batalha de Creta

 

 

Batalha de Creta, também chamada de "Operação Mercúrio," foi um grande combate travado durante a Segunda Guerra Mundial na ilha grega de Creta. A luta começou na manhã de 20 de maio de 1941, quando as forças armadas da Alemanha Nazista lançaram a invasão aerotransportada de Creta. O exército grego e as outras forças Aliadas, junto com civis locais, defenderam a ilha com ferocidade. Após um dia de combates, os alemães haviam sofrido pesadas baixas e os Aliados estavam confiantes de que derrotariam a invasão. No dia seguinte, através de falhas de comunicação, hesitação por parte dos Aliados e novas operações ofensivas alemãs, o importante aeroporto Maleme, no oeste de Creta, foi tomado pelos nazistas, o que permitiu a eles trazer reforços e superar os defensores Aliados no norte da ilha, com muitos sendo obrigados a recuar para o sul. A Marinha Real Britânica começou então o processo de retirada das forças Aliadas de Creta, conseguindo evacuar metade do seu pessoal da ilha. O resto ou foi capturado ou se juntaram a movimentos de resistência locais. As perdas Aliadas foram altas tanto na terra quanto no mar, com vários navios sendo afundados ou danificados; no final, a marinha britânica no Mediterrâneo havia perdido muito de sua força, possuindo apenas dois encouraçados e três cruzadores operacionais.

A Batalha por Creta foi a primeira ocasião em que os alemães utilizaram os Fallschirmjäger (tropas paraquedistas) em massa, sendo considerada também a primeira grande operação aerotransportada da história, a primeira que os Aliados utilizaram coordenação de inteligência para decifrar as mensagens alemãs e suas máquinas Enigma, e a primeira vez que o exército alemão encontrou forte resistência armada de uma população civil. Devido ao elevado número de baixas sofridas e a crença de que ações aerotransportadas já haviam perdido o elemento surpresa, Adolf Hitler ficou relutante em autorizar grandes operações paraquedistas pelo restante do conflito, preferindo utilizar os Fallschirmjäger como infantaria de elite comum. Em contraste, os Aliados ficaram impressionados com o potencial de tropas paraquedistas e começaram a criar, em larga escala, seus próprios regimentos de soldados aerotransportados.

Contexto

O Reino Unido e seus aliados mantinham uma presença militar na Grécia desde outubro de 1940, durante a fracassada invasão italiana. Os britânicos passaram a usar a ilha de Creta como base para sua marinha, garantindo assim superioridade naval sobre o Mediterrâneo. Além disso, Creta também podia ser utilizada como ponto de partida para as missões de bombardeio contra os poços de petróleo romenos em Ploiești, na Romênia.

Os alemães estavam cientes da ameaça que a presença Aliada na Grécia significava, além da necessidade de ajudar Mussolini que teve sua posição enfraquecida após a mal concebida invasão italiana. O exército alemão lançou então a Operação Marita, sua própria invasão da Grécia. Em apenas um mês, praticamente todo o território grego no continente havia sido tomado, forçando a retirada de quase 60 mil soldados Aliados da Grécia. Winston Churchill, o primeiro-ministro britânico, ordenou que Creta, o último bastião dos Aliados em solo grego, fosse defendida a todo o custo.

O Alto-Comando do Exército Alemão (o Oberkommando des Heeres) estava preocupado com a invasão da Grécia, acreditando ser uma distração no planejamento do ataque contra a União Soviética (Operação Barbarossa) e recomendaram que a operação contra Creta fosse cancelada. Adolf Hitler, por outro lado, também estava preocupado, porém mais a respeito da presença Aliada tão perto do seu flanco sul e a ameça constante sobre os vitais campos de petróleo romenos. Ao contrário do exército, a força aérea alemã (a Luftwaffe) estava animada com a ideia de tomar o protagonismo de uma ousada operação, buscando recuperar seu prestígio após a derrota na Batalha da Grã-Bretanha. Hitler foi persuadido e assinou, em 25 de abril de 1941, a Diretriz 28, autorizando a invasão de Creta e ordenando a mobilização de suas tropas. Os alemães já haviam utilizado forças aerotransportadas durante as batalhas na Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda e França, mas seria em Creta que eles seriam utilizados em larga escala pela primeira vez e teriam também um protagonismo maior do que jamais tiveram.

Campanha

Em 28 de abril de 1941, o General Kurt Student, Chefe da XII Fliegerkorps (Corpo Aéreo), unidade da Luftwaffe na qual estavam agrupadas todas as forças de pára-quedistas, participou de uma reunião com Hitler e propôs completar as campanhas nos Balcãs, através de uma operação que tomaria a Ilha de Creta com a utilização de forças aerotransportadas. Inicialmente Hitler considerou o projeto muito arriscado, pois até então era algo novo e não testado efetivamente em campo de batalha. Convencido por uma série de argumentos apresentados por Student, acabou autorizando a operação.

A justificativa principal para a operação seria a de transformar a ilha de Creta numa magnífica base aérea, desde a qual se poderia atacar o exército inglês na África do Norte. Para tanto era necessário, ocupar a Ilha. Naquele momento nada parecia impossível para as forças alemãs, vitoriosas em todas as frentes. Contudo, era impossível conquistar a Ilha por mar, uma vez que o Mar Egeu era dominado pela poderosa frota Inglesa. Desta forma a única maneira era fazê-lo pelo ar.

Imediatamente, foram transportados dentro do maior sigilo, da Alemanha para a Grécia, os soldados da 7ª Divisão de Pára-Quedistas e realizou-se a concentração no setor de Atenas de uma força de 700 aviões de transportes Junkers. A 22ª Divisão Aerotransportada, que devia intervir na invasão, foi retida na Romênia devido a dificuldades de seu deslocamento em território grego. Para substituí-la, foi cedido a Student a 5ª Divisão de Caçadores de Montanha, sob o comando do General Ringel, que havia tido destacada atuação na Campanha dos Balcãs.

O plano alemão, batizado com o nome Mercúrio, consistia em ocupar os aeroportos da costa setentrional, usando três grupos de assalto:

·         Grupo Oeste, comandado pelo General Meindl, se encarregaria de conquistar o aeroporto de Maleme;

·         Grupo Central, sob a chefia do General Sussmann, seria lançado em duas investidas; a primeira se apoderaria do porto de Canéia e a segunda do aeroporto de Retimno; sendo este último grupo comandado pelo General Ringel, e teria a seu cargo a captura de Heraclião. A esta força de assalto se seguiriam as tropas de montanha da 5ª Divisão, que seriam desembarcadas pelos Junkers, uma vez que os pára-quedistas houvessem capturado os aeroportos.

 

Embora o planejamento do ataque tenha sido cuidadoso, a realidade se mostrou bastante diferente. Nas primeiras horas do dia 20 de maio, a Luftwaffe lançou um forte ataque contra as posições inimigas em Creta, preparando o terreno para o salto. Pouco depois os primeiros paraquedistas começaram a saltar de aviões e pousar em planadores perto do aeroporto de Maleme e nas proximidades de La Canea, capital da ilha.

Mas o inimigo já os esperava, graças a decodificação dos códigos alemães através da captura da máquina Enigma, causando-lhes pesadas baixas.

O aeroporto não pôde ser tomado, e La Canea e a baía de Suda continuaram sob domínio britânico. Ignorando o que havia dado errado no primeiro assalto, os alemães fizeram mais dois lançamentos de paraquedistas, agora na região do aeroporto de Retimno e Heraclião (também conhecida como Heraklion). Porém ao final do dia nenhum dos pontos previstos havia sido conquistado, o que impossibilitava a chegada de reforços por ponte aérea.

Os paraquedistas pagariam caro por um grave defeito em seu equipamento de salto. As características da época não permitiam saltar com nada mais que pistolas e granadas de mão. O restante do armamento (fuzis, morteiros, metralhadoras, munição) vinha logo a seguir em contêineres sustentados também por paraquedas adicionais. Desta forma, os paraquedistas chegavam praticamente desarmados ao solo, tendo que se virar com os poucos recursos à mão, até a localização dos contêineres com os equipamentos necessários.

 

A Batalha

Surpreendemente algumas equipes conseguiram se reagrupar, apesar das pesadas baixas, e dominar alguns pontos estratégicos, porém ainda longe dos objetivos principais.

Por toda parte na ilha de Creta civis, armados ou não, se juntaram à batalha com as armas que estavam à mão. Em alguns casos, utilizando espingardas antigas que haviam sido usadas contra os turcos, foram tiradas de seu descanso e entraram em ação. Em outros casos, cretenses civis entraram em ação armado apenas com o que poderia reunir em suas cozinhas ou celeiros, e muitos paraquedistas alemães foram esfaqueados ou espancados até a morte nos olivais que pontilhavam a ilha.

Por toda ilha, batalhas ferozes foram travadas entre os defensores e seus atacantes, apesar dos duros combates, ataques e contra-ataques os alemães foram sistematicamente conquistando as posições planejadas.

Na tarde do primeiro dia, a situação era bastante comprometida para os sobreviventes dos sete mil alemães. Não haviam conseguido conquistar os objetivos, porém uma indecisão do General Freyberg, comandante do ANZAC (Australian New Zealand African Corp) que não contra-atacou como devia ter feito, permitindo a reorganização dos alemães. Durante a noite, tentaram desembarcar, pelo mar, uma pequena frota de barcos de pesca cheia de tropas alpinas, mas fracassaram devido á intervenção de uma frota inglesa. Que acabou afundando a maioria dos barcos, porém a maioria utilizava coletes salva-vidas, perdendo-se 300 de um total de 2.300, na verdade por causa deste ataque nenhum deles conseguiu desembarcar na ilha.

Pela manhã finalmente a aviação alemã que dominava o cenário, conseguiu uma série de ataques contra a frota britânica, permitindo que novas ondas de paraquedistas pudessem saltar, juntamente com o apoio necessário de suprimentos. Assim, paulatinamente as posições foram sendo confirmadas e dominadas pelos paraquedistas alemães.

No principio de Junho, toda a ilha estava nas mãos dos alemães. Uma Vitória verdadeiramente excepcional que, no entanto, examinada posteriormente, resultou terrivelmente cara. Foram utilizadas duas divisões, uma de paraquedistas e outra alpina, num total de quase 23.000 homens. Morreram mais de 4 000 homens e muitos foram também feridos, quase todos paraquedistas. Hitler acabou ficando estarrecido com as enormes perdas sofridas entre suas unidades paraquedistas, que ele considerava suas forças de elite. Ele passou então a ficar relutante em autorizar novas operações aerotransportadas e passou a usar seus paraquedistas como infantaria pesada comum.

Por outro lado, os Aliados ficaram impressionados com a capacidade e força que os paraquedistas alemães mostraram em Creta e reconheceram o potencial deste tipo de operação no futuro. Os britânicos (e posteriormente os americanos) começaram a mobilizar unidades paraquedistas em grandes números e, a partir de 1944, começara a utilizar, com mais sucesso que os alemães, suas próprias grandes ações aerotransportadas de forma decisiva.

 

Fonte: 

https://hojenasegundaguerramundial.wordpress.com/category/batalha-de-creta/

https://www.wikiwand.com/pt/Batalha_de_Creta


Os Fallschirmjäger em foto ao lado de Adolf Hitler




                                            Paraquedistas alemães saltando em Creta                                         






  
Os Fallschirmjäger contemplando seus camadas mortos. 






Fallschirmjäger sendo lançados em Creta.






Guarnição militar britânica em Creta





Soldado britânico ao lado de corpo carbonizado de um paraquedista alemão durante a Batalha de Creta.







 Paraquedistas alemães capturandos por tropas britânicas  durante a Batalha de Creta.







Aviões Ju 52 lançando paraquedistas alemães sobre Creta em 20 de Maio de 1941.













Tropas alemãs entram em Atenas, Maio de 1941.







O general Bernard Freyberg, Creta, Maio de 1941.








Paraquedista alemão sai de um planador, Creta, Maio de 1941.









Tropas da 5.ª Divisão de Montanha preparam-se para embarcar nos Junkers Ju-52














Efeitos de um raid da Luftwaffe sobre os navios britânicos na Baía de Suda, Creta, Maio de 1941








Paraquedista alemão morto, Creta, Maio de 1941










terça-feira, 27 de outubro de 2020

No dia 17 de Maio de 1943 a RAF (Royal Air Force) executava a Operação Chastise.

 



Na noite entre os dias 16 e 17 de Maio de 1943, 19 bombardeiros Lancasters do Esquadrão Nº 617 da RAF lançavam “bombas saltitantes” sobre as barragens de Mohne e Edersee, na região industrial alemã do Ruhr.
Os aviões, especialmente adaptados, tinham a missão de sobrevoar à baixa altitude o lago das barragens e, no momento exato, lançar as “bombas saltitantes” que, ao saltarem sobre o lago, embateriam nas paredes da barragem, afundariam e explodiriam na sua base, danificando assim a estrutura e levando-a a ruir.
O objetivo dessa ação era afetar a produção industrial concentrada na região do Ruhr. Com a destruição das barragens a produção de energia elétrica seria interrompida durante semanas, causando assim atrasos na produção alemã de armamentos.
Dos 19 bombardeiros, 8 foram derrubados, resultando na morte de 53 tripulantes e na prisão de 3. Da lista inicial de alvos, 2 barragens foram destruídas e 1 foi apenas ligeiramente danificada, resultando na morte de cerca de 1.600 pessoas (incluíndo mais de 1.000 prisioneiros de guerra ucranianos que os alemães utilizavam como mão-de-obra escrava na região).
O ataque - Estranhas Premonições
Na noite de sábado, Gibson orientou os comandantes de voo, o líder de bombardeio e o líder substituto a respeito da represa de Moehne. Os demais tripulantes tiveram de esperar até o dia da operação, quando os hangares estavam quietos "como um necrotério". Foram explicados detalhes sobre os alvos, as rotas, o pioneirismo do ataque, o golpe na produção de aço do inimigo — "a palestra mais longa que já ouvi", nas palavras de um artilheiro.
O período que restava antes da decolagem foi uma tortura para os nervos. Inclinado sobre uma mina, um operador de telégrafo sem fio, que não voltaria do ataque, escreveu com giz em sua superfície: "Nunca tanto foi esperado de tão poucos". Young arrumou seu quarto, outros escreveram cartas. O tenente-aviador Hopgood, condecorado com a DFC, profetizou que não voltaria. O sargento-aviador Townsend chegou à conclusão de que "todos estavam indo para o matadouro", e seu artilheiro de frente tomou um banho, "pois estava decidido a morrer limpo". Gibson permaneceu exteriormente calmo.
Afinal, chegou a hora da partida. A tensão evidenciou-se desde a decolagem com o máximo de carga. Alguns temiam que a trepidação desalinhasse os holofotes das aeronaves, o que os condenaria à sepultura nas águas. Outros preocupavam-se que a bomba pudesse explodir.
Às 21:30 do domingo dia 16 de maio de 1943, somente 8 semanas após a formação do Esquadrão 617, 19 Lancasters decolaram para atacar as represas, em três levas; a esquadrilha de Gibson, com nove aviões, para atacar as represas Mohne e Eder, a do Tenente-Aviador Joe McCarthy (americano da RCAF), com cinco aviões, para atacar a represa de Sorpe e funcionar como força diversiva, e a de Townsend, também com cinco aviões, funcionaria como uma reserva móvel. Uma lua cheia iluminava o noturno céu fazendo com que operações normais fossem impossível.
Um mau presságio ocorrera naquela noite, pois o negro labrador de Gibson, chamado Nigger, foi atropelado e morto quando as tripulações estavam realizando a reunião de pré-voo. Gibson ordenou então que Nigger deveria ser enterrado à meia-noite, na grama ao lado de seu escritório, pois tivera uma premonição de que ele e Nigger estariam entrando ao mesmo tempo no solo.
A formação destinada ao Sorpe decolou pouco antes das 21H30min., mas atraiu a atenção da Flack´s, a defesa antiaérea alemã, sobre os Países Baixos. Dois Lancasters foram abatidos e outros dois obrigados a voltar à base devido aos danos sofridos. Só ficou McCarthy, que voava com um atraso de quase 100 km devido a uma avaria sofrida na decolagem.
A formação de Gibson, subdividida em três seções de três aviões, voava mais ao sul. Gibson chefiava a primeira seção, seguido a dez minutos de intervalo pelo Comandante-de-Esquadrão "Dinghy" Young. O grupo de reserva decolou por volta da meia-noite.
A rota de ida foi realizada toda ela à baixa altura, com as seguintes perdas:
Aeronave 'B' (Astell) atingiu alguns cabos de alta tensão às 00:15, chocando-se em seguida ao solo, a 5 km ao SSE de Borken; Aeronave 'S' (Burpee) foi derrubada pela flak (antiaérea alemã) chocando-se ao solo às 02:00 perto de aeroporto de Gilze-Rijen, na Holanda; Aeronave 'E' (Barlow) chocou-se ao solo às 23:50, a 4 km ENE de Rees, também depois de bater em cabos de alta tensão Aeronave 'K' (Byers) foi derrubado pela flak em Texel. Os alemães conseguiram recuperar intacta a bomba da aeronave de Barlow, mas todos os tripulantes das aeronaves acima foram mortos. A aeronave "W" de Munro foi atingida pela flak quando voava em cima de Vlieland, tendo seu intercomunicador e rádios destruídos e impossibilitado completamente de se comunicar, regressou à Inglaterra. Rice, voando no "H", quando foi usar as luzes para ajustar a altura por sobre Zuider Zee, descobriu que o alinhamento delas havia ficado completamente errado, quando seu Lancaster raspara na água a mais de 350 km/h. Foi outra aeronave que teve que regressar.
O ataque a represa de Mohne
Evitando as principais defesas do Rhur, Gibson localizou facilmente o seu objetivo graças à luz do luar. Ao luar, a represa de Moehne parecia cinzenta e sólida, pesada e inconquistável. Esta represa possuía 823 m de comprimento e uma base de 35 m e estava guarnecida por holofotes e seis canhões antiaéreos de 20 mm.
Gibson reagrupou a esquadrilha, realizou sua corrida de bombardeio e lançou a bomba com precisão, sob uma forte oposição da antiaérea. Porém a represa não se rompeu.
O próximo a fazer a corrida seria o Tenente-Aviador J.V. Hopgood, mas ele tinha que esperar as águas se acalmarem para lançar a sua bomba, o que só aconteceu 10 min depois. Quando Hopgood atacou foi atingido pela flak a 100 m da represa e seu avião desintegrou-se num lençol de chamas alaranjadas, enquanto a bomba, solta com atraso, desviava-se do alvo e destruía uma usina de energia atrás da re-presa, num banho de centelhas azuis. Fraser, que era o bombardeador de Hopgood, conseguiu saltar de pára-quedas, observou as baterias antiaéreas que faziam pontaria contra um avião iluminado por seus próprios holofotes e resumiu: "uma caçada de patos!" O artilheiro da cauda, Burcher, também conseguiu se salvar, saltando segundos antes de a aeronave se chocar com o solo.
O Capitão-Aviador "Mickey" Martin atacou a seguir e desta vez Gibson voou ao lado dele para atrair o fogo inimigo. O Lancaster de Martin foi atingido em um tanque de combustível vazio na asa; a bomba explodiu, mas fora lançada de forma inexata. O represa se mantinha de pé.
Gibson e Martin distraíram a flak, e o Comandante-de-Esquadrão Melvyn Young, apelidado de "Dinghy" (bote salva-vidas, por ter caído duas vezes no Mediterrâneo), aproveitando-se disso realizou seu ataque, lançando a bomba de modo preciso, mas nada de a represa se rachar.
O próximo a atacar foi o Capitão-Aviador David J. H. Maltby, que também lançou a bomba com precisão e logo que o spray de água terminou, um buraco de cerca de 100 m de largura e 20 m de altura foi visto na parede de represa, lançando 134 milhões de toneladas de água que começava a transbordar para o vale, arrastando casas, pontes, sistemas de comunicações, etc. O capitão D. J. Shannon, que aguardava circulando sua aeronave, foi ordenado a abortar o ataque. Gibson enviou as aeronaves que já haviam realizado o ataque (Martin e Maltby) para casa, reagrupou as restantes e seguiu com elas para atacar a represa Eder, envia também a palavra-código Nigger para indicar que a represa Moehne fora destruída. Maudslay virou a aeronave para voltar para casa, mas caiu em Emmerich depois de ser atingido novamente pela flak. A tripulação inteira foi morta.
Ataque a represa de Eder
Situada num vale mais profundo que a do Möhne, a barragem do Eder revelou-se muito mais difícil de bombardear. O Capitão-Aviador D. J. Shannon fez seis tentativas, todas abortadas, até conseguir lançar a sua bomba com sucesso. A bomba do Comandante-de-Esquadrão Henry Maudsley atingiu o parapeito e explodiu com o impacto, destruindo o Lancaster que passava a pouco metros de altura. O Segundo-Tenente-Aviador L.G. Knight atacou em seguida e teve os mesmos problemas que os outros; era muito difícil de perder a velocidade adquirida pela aproximação em mergulho, e ainda subir bruscamente no fim do lago. Shannon deu conselhos pelo rádio e Knight tentou novamente, lançando sua bomba no lugar certo, conseguindo derrubar a parede da represa, lançando 200 milhões de toneladas de água vale abaixo. Gibson enviou a palavra-código Dinghy indicando um ataque bem sucedido, e retornam para casa, sem poderem atacar a represa Sorpe.
O ataque a represa Sorpe
A leva destacada para atacar a Sorpe enfrentou muitos apuros. Dois bombardeiros voltaram antes do cumprimento da missão. Um deles sofreu avarias causadas por fogo antiaéreo, o outro perdeu sua bomba quando sobrevoava o mar. Dois outros foram derrubados. Só o americano, McCarthy, chegou até a represa.
Por isso, no momento em que Gibson atacava a represa de Mohne, McCarthy, apoiado por dois aviões da força de reserva móvel (pilotados pelos Sargento-Aviadores K. W. Brown e Cyril T. Anderson) tentava atacar a represa de Sorpe.
Mas ela era de um tipo diferente, construída de forma mais rústica, o que requeria uma técnica de ataque totalmente diferente. McCarthy tentou a aproximação por sobre um povoado na encosta da montanha, mas isso se mostrou tão difícil que ele fez dez passagens antes de soltar a bomba. Quando ganhava altura sobre outra montanha, no extremo da represa, viu que ela não tinha sido rompida, ele só conseguiu reduzir a escombros uma parte do parapeito da represa. Seu artilheiro disse-lhe para "descer, com os diabos", pois àquela altitude eles estavam vulneráveis como patos sentados, caso ocorresse um ataque dos caças de combate noturno.
Brown teve dificuldades de achar o lago e incendiou um pinheiral para melhorar a visão. Depois de nove tentativas ele acertou em cheio a represa. Anderson chegando no local, encontrou uma névoa muito densa, impossibilitando seu ataque, e assim retornou para casa com sua bomba.
O ataque a represa Swelme
Dois Lancaster´s da reserva receberam ordens de se dirigir à barragem do Schwelme, que foi atacada, mas sem quaisquer resultados.
O ataque a represa Lister
O Segundo-Tenente-Aviador W. H. T. Ottley recebeu ordens para se dirigir a represa Lister, mas foi derrubado pela flak, caindo às 02:35 h, a 3 km ao norte de Hamm, só o metralhador traseiro Freddie Tees sobreviveu, mas muito queimado. Gibson, voltando para casa, viu a aeronave de Ottley voando por cima de Hamm à 500 pés caindo em chamas
O ataque a represa Ennerpe
O Sargento-Aviador W. C. Townsend foi ordenado que atacasse a represa Ennerpe. Ele teve dificuldades de encontrá-la devido ao forte nevoeiro, mas finalmente avistou o seu alvo e o atingiu. Mas mesmo atingida, a represa resistiu.
Quase sem munição e não tendo as torres centrais para autodefesa os sobreviventes voltaram pela Holanda a luz do dia. As defesas inimigas estavam agora em alerta total, e a flak atingiu Young, quando cruzava a costa holandesa. Ele lutou por algumas milhas antes de cair no mar ao largo de Castricum aan Zee às 02:58 h. Embora tivesse enviado um SOS, e tivesse experiência anterior nesse tipo de aterrissagem, toda a tripulação foi morta. As aeronaves restantes alcançaram Scampton sem incidentes.
Os resultados
Mesmo não tendo destruído todas as represas a missão foi considerado um sucesso. Na Inglaterra, os resultados foram utilizados como uma enorme propaganda para a RAF em primeiro lugar, além de atrair voluntários e direcionando a opinião pública para a necessidade de se atacar cada vez mais o inimigo. Naquela etapa da guerra, tais sucessos eram raros, e tinha-se que aproveitar ao máximo a oportunidade de utilizá-los, e o ataque às represas pegou a atenção do público. O 617 passou a simbolizar a eficiência do Comando de Bombardeiros e, devido à participação de tripulações de outros países na unidade, a cooperação entre os aliados.
Mas o preço foi alto: Descontando os dois aviões que retornaram mais cedo e um que teve sua missão abortada, perderam-se 50% dos aparelhos (Oito Lancasters). Dos homens enviados para a missão 56 não regressaram. Destes, 3 foram feitos prisioneiros de guerra.
O vice-marechal Cochrane considerou um preço aceitável, diante da destruição de duas importantes represas e da devastação provocada pelas águas. Mas os números ignoravam as justificativas: em sua primeira operação, o Esquadrão 617, que passou a ser conhecido como "DamBuster´s", Demolidores de Represas, perdeu quase 40% de sua tripulação. Um artilheiro de bombas exprimiu a sensação generalizada de anticlímax ao declarar que "tudo acabou em meio minuto".
Porém, durante todo o critico verão de 1943, enquanto a Alemanha dependia das fábricas do Ruhr para municiar duas frentes, a água e a energia elétrica necessárias ao funcionamento do parque industrial da região ficaram bastante escassas. A lama da Moehne entupiu o sistema de bombeamento do Reno pelo vale do Ruhr acima, até Essen, a cidade dos Krupp, e a própria represa foi reparada apenas a tempo de represar as chuvas de outono. Se a Sorpe tivesse sido destruída por completo, juntamente com suas represas menores, a situação da Alemanha teria sido realmente séria. O próprio Reichsminister Speer admitiu isso no interrogatório a que foi submetido após a guerra, quando, conforme se evidencia pelas respostas que deu, se mostrou interessado em elogiar os esforços dos Estados Unidos, em detrimento dos britânicos.
O que Speer não salientou foram os resultados a longo prazo do bombardeio do Esquadrão 617. Nunca mais as represas do Reich foram deixadas com defesas fracas. Holofotes, canhões, balões, radar e pessoal altamente treinado foram retidos em represas distantes, quando, não fora o sucedido, estariam sem dúvida na frente de batalha. Canhões sem uso equivalem a canhões destruídos ou, em outras palavras, a fábricas de munições arrasadas.
Porém apesar da euforia muitos guardavam reservas. Para os pilotos canadenses, os parabéns por um "esplêndido show" não compensavam a perda de treze companheiros — e talvez eles estivessem certos não apenas em termos emocionais. Apesar do êxito do ataque e do excelente desempenho das tripulações, o valor militar da destruição das represas de Moehne e Eder até hoje permanece em discussão. O fornecimento de água recomeçou no final de junho, e a perda na geração de eletricidade foi compensada trazendo-se energia de outros locais. Embora morressem mais de 1.250 alemães, o aspecto mais importante foi a destruição de terras de cultivo, pontes e máquinas, o que obrigou à reconstrução de parte da indústria de guerra no Ruhr. O uso de trabalho forçado para completar reparos e o destacamento de mais de 10 mil soldados para a guarda das represas significou, sem dúvida, uma mobilização de recursos mais duradoura.
A perda de vidas e de propriedades causada pelo bombardeio aliado em geral tem sido muito discutida e focalizada. Porém deu-se menos publicidade aos fatos puramente militares. Os números alemães divulgados após a guerra mostram que, em 1944, 30% de toda a sua artilharia consistiam de canhões antiaéreos, e que um quinto de todos os canhões mais pesados que 70 mm foi empregado como peça antiaérea. Cada 88 mm usado na defesa aérea representava um a menos nas unidades Panzer e antitanques. De igual modo, um terço da indústria óptica alemã estava empenhada na fabricação de alças de mira e outras peças para baterias antiaéreas, em prejuízo do exército e da marinha, enquanto que metade das indústrias elétrica e eletrônica se dedicava somente à fabricação de radar e aparelhos de comunicação. O grande esforço de Gibson não ficou restrito à destruição das represas. O seu esquadrão, orgulhoso de se chamar "DamBuster´s", sobreviveu como unidade de elite, encarregada de efetuar ataques ousados contra uma longa lista de objetivos vitais, desde o afundamento do encouraçado Tirpizt à destruição do viaduto de Bielefeld. Mas a "bomba saltadora" e os Lancaster "estripados" não foram mais empregados. Depois da guerra, as bombas restantes foram jogadas no Atlântico e os bombardeiros adaptados transformaram-se em sucata. Um final inglório para o equipamento que deu aos Demolidores de Represas os meios para cumprir com êxito sua missão.
Quase todos os homens que participaram da missão as represas foram condecorados. Gibson recebeu a Victoria Cross, a mais alta condecoração inglesa por galantaria. Seus homens consideraram merecida a homenagem. Para o navegador Townsend, ele "estabelecera um padrão de perfeição. Chama-se liderança — como definir de outra maneira?" O comandante-em-chefe do Comando Costeiro enviou um telegrama que resumia o feito da esquadrilha: "Muito bem, Scampton (a base do 617. Uma noite de trabalho magnífica".
Martin, McCarthy, Maltby, Shannon e Knight foram agraciados com a DSO (Distinguished Service Order, ordem de serviços excepcionais); Hay, Hutchison, Leggo e Walker receberam barras para suas DFCs (Distinguished Flying Cross, cruz de pilotagem excepcional); outros dez tripulantes receberam sua DFC e 12 a DFM e Townsend recebeu um prêmio raro: a CGM. Em solenidade especial, os homens do Esquadrão 617 foram condecorados em massa pelo Rei.
Posteriormente, um grande número deles foi morto em ação. Gibson fez uma turnê de publicidade na América, na volta a Inglaterra foi considerado muito importante para voar em operações e teve suas ações restritas a uma escrivaninha. Depois de muita insistência conseguiu se enviado para uma unidade operacional, vindo a falecer em na noite de 19 de setembro de 1944, quando pilotava um Mosquito KB267 do Esquadrão 627 que caiu na Holanda.
A tripulação de Gibson foi herdada pelo Comandante George Holden, o próximo Comandante do 617, sendo morta na noite de 15 de setembro de 1943, com exceção de Pulford, que foi morto em 13 de fevereiro de 1944 quando voava com o Líder de Esquadrão Bill Suggitt e de Trevor-Roper, que morreu no ataque à Nuremberg no dia 30 de março de 1944, quando voava no Esquadrão 97.
A tripulação de Martin sobreviveu, com exceção de Bob Hay, morto quando de um ataque a baixa altura ao Viaduto de Antheor; Shannon e sua tripulação sobreviveu, bem como as de McCarthy e Munro. As tripulações do Flying Sargento K.W. Marrom, CGM, RCAF (menos o Sgt. B Allatson), do Piloto Officer Geoff Arroz e do Flying Sergeant. W.C. Bill Townsend, CGM, também sobreviveram à guerra.
Aeronaves e sua tripulação
O vôo A
ED-932 "AJ-G"
Piloto: Comandante-de-Ala G.P. Gibson, DSO*, DFC* Navegador: Segundo-Tenente-Aviador H.T. Taerum, RCAF Mecânico de Voo: Sargento J. Pulford Bombardeador: Segundo-Tenente-Aviador F.M. Sparfford, DFM, RAAF Operador de Rádio: Tenente-Aviador R.G. Hutchinson, DFC Artilheiro Dianteiro: Sargento-Aviador G.A. Deering, RCAF Artilheiro Traseiro: Tenente-Aviador R.D. Trevor-Roper, DFM
• Nos Lancasters que participaram do ataque a torre superior do artilheiro do meio foi removida.
ED-887 "AJ-A"
Piloto : Comandante-de-Esquadrão H.M. Young, DFC* Navegador : Sargento-Aviador C.W. Roberts Mecânico de Voo : Sargento D.T. Horsfall Bombardeador : Oficial de Voo V.C. MacCausland, RCAF Operador de Rádio: Sargento L.W. Nichols Artilheiro Dianteiro : Sargento G.A. Yeo Artilheiro Traseiro : Sargento W. Ibbotson ED-864 "AJ-B"
Piloto : Tenente-Aviador W. Astell, DFC Navegador : Segundo-Tenente-Aviador F.A. Wile, RCAF Mecânico de Voo : Sargento J. Kinnear Bombardeador : Oficial de Voo D. Hopkinson Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador A.A. Garshowitz, RCAF Artilheiro Dianteiro : Sargento-Aviador F.A. Garbas, RCAF Artilheiro Traseiro : Sargento R. Bolitho
ED-906 "AJ-J"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador D.H. Maltby, DFC Navegador : Sargento V. Nicholson Mecânico de Voo : Sargento-Aviador W. Hatton Bombardeador :Segundo-Tenente-Aviador J. Fort Operador de Rádio: Sargento A.J.B. Stone Artilheiro Dianteiro : Sargento V. Hill Artilheiro Traseiro : Sargento H.T. Simmonds
ED-929 "AJ-L"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador D. J. Shannon, DFC, RAAF Navegador : Oficial de Voo D.R. Walker, DFC, RCAF Mecânico de Voo : Sargento R.J. Henderson Bombardeador : Sargento-Aviador L.J. Sumpter Operador de Rádio: Oficial de Voo B. Goodale, DFC Artilheiro Dianteiro : Sargento B. Jagger Artilheiro Traseiro : Oficial de Voo J. Buckley
ED-927 "AJ-E"
Piloto : Tenente-Aviador R.N.G. Barlow, DFC, RAAF Navegador : Oficial de Voo P.S. Burgess Mecânico de Voo : Segundo-Tenente-Aviador S.L. Whillis Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador A. Gillespie, DFM Operador de Rádio: Oficial de Voo C.R. Williams, DFC, RAAF Artilheiro Dianteiro : Oficial de Voo H.S. Glinz, RCAF Artilheiro Traseiro : Sargento J.R.G. Lidell
ED-936 "AJ-H"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador G. Rice Navegador : Oficial de Voo R. McFarlane Mecânico de Voo : Sargento E.C. Smith Bombardeador :Segundo-Tenente-Aviador J.W. Thrasher, RCAF Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador C.B. Gowrie, RCAF Artilheiro Dianteiro : Sargento T.W. Maynard Artilheiro Traseiro : SargentoS. Burns
ED-934 "AJ-K"
Piloto : Piloto Officer V.W. Byers, RCAF Navegador : Oficial de Voo J.H. Warner Mecânico de Voo : Sargento A.J. Taylor Bombardeador : Piloto Officer A.N. Whitaker Operador de Rádio: Sargento J. Wilkinson Artilheiro Dianteiro : SargentoC.McA. Jarvie Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador J. McDowell, RCAF
ED-910 "AJ-C"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador W.H.T. Ottley, DFC Navegador : Oficial de Voo J.K. Barrett, DFC Mecânico de Voo : Sargento R. Marsden, DFM Bombardeador : Sargento-Aviador T.B. Johnston Operador de Rádio: Sargento J. Guterman, DFM Artilheiro Dianteiro : Sargento H.J. Strange Artilheiro Traseiro : Sargento F. Tees
ED-918 "AJ-F"
Piloto : Sargento-Aviador K.W. Brown, RCAF Navegador : Sargento D.P. Heal Mecânico de Voo : Sargento H.B. Feneron Bombardeador : SargentoS. Oancia, RCAF Operador de Rádio: Sargento H.W. Hewstone Artilheiro Dianteiro : Sargento D. Allatson Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador G.S. MacDonald, RCAF
O vôo B
ED-937 "AJ-Z"
Piloto : Líder-de-Esquadrão H.E. Maudslay, DFC Navegador : Oficial de Voo R.A. Urquhart, DFC, RCAF Mecânico de Voo : Sargento J. Marriott, DFM Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador M.J.D. Fuller Operador de Rádio:Segundo-Tenente-Aviador A.P. Cottam, RCAF Artilheiro Dianteiro :Segundo-Tenente-Aviador W.J. Tytherleigh Artilheiro Traseiro : Sargento N.R. Burrows
ED-925 "AJ-M"
Piloto : Tenente-Aviador J.V. Hopgood, DFC* Navegador : Oficial de Voo K. Earnshaw, RCAF Mecânico de Voo : Sargento C. Brennan Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador J.W. Fraser, DFC Operador de Rádio: Sargento J.W. Minchin Artilheiro Dianteiro : Segundo-Tenente-Aviador G.H.F.G. Gregory, DFM Artilheiro Traseiro : Segundo-Tenente-Aviador A.F. Burcher, DFM, RAAF
ED-909 "AJ-P"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador H.N. Martin, DFC Navegador : Segundo-Tenente-Aviador J.F. Leggo, DFC, RAAF Mecânico de Voo : Segundo-Tenente-Aviador I. Whitaker Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador R.C. Hay, DFC, RAAF Operador de Rádio: Oficial de Voo L. Chambers, RNZAF Artilheiro Dianteiro : Segundo-Tenente-Aviador B.T. Foxlee, DFM, RAAF Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador T.D. Simpson, RAAF
ED-921 "AJ-W"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador J.L. Munro, RNZAF Navegador : Oficial de Voo F.G. Rumbles Mecânico de Voo : Sargento F.E. Appleby Bombardeador : Sargento J.H. Clay Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador P.E. Pigeon, RCAF Artilheiro Dianteiro : Sargento W. Howarth Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador H.A. Weeks, RCAF
ED-825 "AJ-T"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador J.C. McCarthy, DFC, RCAF Navegador : Sargento-Aviador D.A. MacLean, RCAF Mecânico de Voo : Sargento W.D. Radcliffe Bombardeador : Sargento G.L. Johnson Operador de Rádio: Sargento-Aviador L. Eaton Artilheiro Dianteiro : Sargento R. Batson Artilheiro Traseiro : Oficial de Voo D. Rodger, RCAF
ED-865 "AJ-S"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador L.J. Burpee, DFM, RCAF Navegador : Sargento T. Jaye Mecânico de Voo : Sargento G. Pegler Bombardeador : Sargento-Aviador J.L. Arthur, RCAF Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador L.G. Weller Artilheiro Dianteiro : Sargento W.C.A. Long Artilheiro Traseiro : Segundo-Tenente-Aviador J.G. Brady, RCAF
ED-912 "AJ-N"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador L.G. Knight, RAAF Navegador : Oficial de Voo H.S. Hobday Mecânico de Voo : Sargento R.E. Graystone Bombardeador : Oficial de Voo E.C. Johnson Operador de Rádio: Sargento-Aviador R.G.T. Kellow, RAAF Artilheiro Dianteiro : Sargento F.E. Sutherland, RCAF Artilheiro Traseiro : Sargento H.E. O'Brien
ED-886 "AJ-O"
Piloto : Sargento-Aviador W.C. Townsend Navegador : Oficial de Voo C.L. Howard, RAAF Mecânico de Voo : Sargento D.J.D. Powell Bombardeador : Sargento C.E. Franklin, DFM Operador de Rádio: Sargento-Aviador G.A. Chalmers Artilheiro Dianteiro : Sargento D.E. Webb Artilheiro Traseiro : Sargento R. Wilkinson
ED-914 "AJ-Y"
Piloto : Sargento-Aviador C.T. Anderson Navegador : Sargento J.P. Nugent Mecânico de Voo : Sargento R.C. Paterson Bombardeador : Sargento G.J. Green Operador de Rádio: Sargento W.D. Bickle Artilheiro Dianteiro : Sargento E. Ewan Artilheiro Traseiro : Sargento A.W.Buck
Não participaram da missão por motivo de doença
P/O W G Divall, Sgt D W Warwick, Sgt J S Simpson, Sgt R C McArthur, Sgt Murray, Sgt E C A Balke, Sgt A A Williams, F/T Harold S Wilson, Sgt T W Johnson, F/O J A Rodger, Sgt L Mieyette, P/O S. H Coles, Sgt T H Payne e Sgt E Hornby
Legenda
RAAF - Royal Australian Air Force RCAF - Royal Canadain Air Force RNZAF - Royal New Zealand Air Force
DSO - Distingished Service Order DFC - Distingished Flying Cross DFM - Distingished Flying Medal

Alguns fatos e sua tripulação
• Todos os homens se apresentaram como voluntários para a missão.
• Dos 133 integrantes iniciais da esquadrilha, noventa pertenciam à RAF (inclusive um extrovertido australiano perito em voo a baixa altitude, o tenente-aviador Martin), 29 provinham do Canadá (entre eles o tenente-aviador McCarthy, americano), dois da Nova Zelândia e doze da Austrália.
• Das primeiras 21 tripulações, uma foi substituída por "não atingir o padrão necessário para esta operação", e outra afastou-se voluntariamente. No entanto, novas tripulações acabaram se apresentando para integrar a 617ª, e mantiveram completo o seu efetivo.
• A faixa de idade variava de vinte a 32 anos.
• As tripulações foram formadas pelos Pilotos que selecionavam cada membro, dos homens disponíveis na Unidade de Conversão. As Unidade de Conversão era um dos último passos que um tripulante recém treinado dava antes de entrar em um Esquadrão operacional.
• Algumas tripulações para a missão contra as represas tinham oito homens. Isto era devido a algumas razões:
• Estas tripulações foram unidas aos Pathfinders. Elas normalmente tinham um operador extra de radar, que operou o radar H2S.
• A tripulação foi unida ao Grupo 100, que operava o Airborne Cigar (ABC). Um operador de rádio que falava alemão foi adicionado. Seu trabalho era esquadrinhar freqüências alemãs dos caças noturnos. Caso descobri-se uma freqüências o operador iria tentar obter mais informações das operações alemãs.
• Todo novo piloto tinha que voar uma ou duas vezes como o segundo "Dickey" em uma missão com tripulações veteranas, para ser exposto aos perigos operacionais e as defesas alemãs.

Fontes: