ARIBERT HEIM, CONHECIDO COMO O
DOUTOR MORTE
Foi um oficial
médico nazista, membro da Schutzstaffel. Participou e comandou experiências
médicas nos campos de concentração de Buchenwald, Mauthausen e Sachsenhausen.
Desaparecido
desde o fim da Segunda Guerra Mundial, foi acusado de tortura em variadas formas,
como a vivisecção em prisioneiros dos campos de concentração. Foi considerado
como criminoso nazi em fuga e procurado como tal pelas polícias alemã,
austríaca e espanhola, bem como pelo Centro Simon Wiesenthal de Jerusalém.
O seu pai era
polícial, e Aribert fez estudos de medicina na Universidade de Viena. Aos 21
anos, adere ao Partido Nacional Socialista Austríaco antes de se juntar em 1938
às SS de Heinrich Himmler (número de membro 367.744). Depois de ter servido no
campo de concentração de Buchenwald sob as ordens de outro médico nazi, Hannes
Eisel, foi nomeado em 8 de Outubro de 1941 médico-chefe em Mauthausen, onde se
estima que 118.000 prisioneiros checos, neerlandeses, soviéticos, judeus,
membros de diversos movimentos de resistência antinazis e republicanos
espanhóis tenham sido mortos.
Em Mauthausen,
onde ficou sete semanas, Heim entrega-se a intervenções sem anestesia e a
experiências médicas para as quais utilizou detidos como cobaias. Fez estudos
comparativos sobre misturas de venenos, medindo com um cronómetro na mão a
velocidade das injeções letais que dava diretamente no coração dos
prisioneiros. É esta prática que lhe valeu da parte dos deportados espanhóis de
Mauthausen a alcunha de El banderillero. No campo, Heim era conhecido por Dr.
Tod («Doutor Morte»). Durante a sua permanência, que durou um pouco menos de
dois meses, são atribuíveis a Heim as mortes de centenas de prisioneiros,
assassinados directamente durante ou após as suas "pesquisas". A
polícia judiciária de Estugarda avançou com o total de 300 mortos. Heim deixou
Mauthausen para integrar a Waffen-SS em 29 de Novembro de 1941.
Em 15 de Março
de 1945, Heim foi preso pelos Aliados mas apenas foi julgado por ter pertencido
às Waffen-SS. Uma recolha de impressões digitais foi feita em 1945, documento
que figura ainda no dossiê de acusação de Heim. Foi enviado para um campo de
trabalhos forçados. Libertado em 1947, encontra trabalho como médico em
Baden-Baden no sul da Alemanha Ocidental, onde casa com a sua noiva Frieda e
abre um gabinete de ginecologia em 1954. O seu nome reaparece em 1961, no
decorrer de um processo de um ex-nazi em Wiesbaden, e um testemunho evoca-o
como « carniceiro de Mauthausen ». Heim desapareceu em 1962, quando a polícia
alemã se preparava para o prender.
Em 1967,
pessoas da sua família noticiaram que tinha falecido de câncer na América
Latina (ver: Ratlines). Mas envios de dinheiro repetidos e a descoberta pelos
agentes da Alemanha e de Israel de uma conta bancária de Berlim em seu nome com
o que hoje equivaleria a um milhão de euros, no início da década de 2000,
provaram que ainda era vivo, o que é confirmado pelo facto de os seus filhos
não terem feito partilha desse dinheiro. O jornal espanhol El Mundo estima
que a fortuna considerável de Heim lhe teria permitido beneficiar da
assistência da rede de apoio a antigos nazis em fuga ODESSA (Organisation Der
Ehemaligen SS-Angehörigen= Organização dos antigos membros das Schutzstaffel).
No final da
década de 1970, o «caçador de nazis» Simon Wiesenthal, ele próprio sobrevivente
de Mauthausen, pede ao ministro da Justiça alemão a comparência de Heim em
tribunal. A polícia alemã difundiu uma nota de procura e prometeu uma
recompensa de 130.000 euros por informações que conduzissem à sua captura. O
Centro Simon Wiesenthal, especializado na procura de antigos responsáveis e
torcionários nazis, dedicou-se a procurar vestígios do antigo médico. Em 2002,
por iniciativa de Efraim Zuroff (sucessor de Simon Wiesenthal no Centro) foi
lançada a 'Operação Última Oportunidade na Alemanha e em oito países da Europa:
Heim figurava no segundo lugar na lista de criminosos de guerra nazis mais
procurados pelo Centro, logo a seguir a Alois Brunner.
No final de
2005 Heim terá alegadamente encontrado refúgio em Espanha, em Palafrugell
segundo a polícia. A busca, que não terminou, foi retomada no início de 2006 no
Chile onde a irmã de Heim, Waltraud, vivia desde a década de 1970 (segundo o
jornal Der Spiegel).Em Julho de 2007, o ministério da Justiça austríaco
anunciou no seu site que uma recompensa de 50.000 euros era dada a quem
fornecesse informações que pudessem conduzir, localizar ou capturar Aribert
Heim e Alois Brunner.
Em 2007, o
antigo militar Danny Baz publicou um livro no qual afirma que Heim foi
capturado, julgado e executado na Ilha Santa Catalina em 1982 por um grupo
chamado La Chouette, constituído por suplementar os serviços secretos
israelitas no rasto de criminosos nazis, abandonados pelo estado de Israel
depois da prisão e execução de Adolf Eichmann. Num comunicado, o Centro Simon
Wiesenthal afirmou que crê que esta informação não está correcta.
Heim morreu em
1992, no Egipto, segundo uma investigação da televisão alemã ZDF e do jornal
"The New York Times".
Em Setembro de
2012, a justiça alemã declarou de forma oficial a morte do criminoso nazi
Aribert Heim.
Aribert Heim
Nascimento 28 de junho de 1914
Bad Radkersburg
Morte 10 de agosto de 1992 (78 anos)
Cairo
Residência Cairo
Sepultamento Cairo
Cidadania Alemanha, Áustria
Alma mater Universidade de Viena, Universidade de
Rostock
Ocupação médico militar, jogador do hóquei no
gelo, torturador, médico, ginecologista
Religião Islã
Causa da morte câncer colorretal
Fonte:
https://pt.m.wikipedia.org/wiki/Aribert_Heim
Referências
(em inglês) « Wiesenthal Center Matches German
Reward for Escaped Nazi Doctor; Urges Austrian Government To Do Likewise » :
despacho do Centro Simon Wiesenthal, 8-Fev-2006
O livro das operações cirúrgicas onde se fazia
a listagem dos médicos intervenientes lista em pormenor os actos efectuados e o
número de mortos, e mostra experiências quase diárias.
Relatado pelo historiador britânico David
Wingeate Pike no seu livro Spaniards in the Holocaust : Mauthausen, the Horror
on the Danube (2000).
(em inglês) « Nazi hunters close in at last on the torturer they call El
Banderillo », The Times, 15-Out-2005
(em castelhano) « A la caza del último
nazi », El Mundo, 30-Out-2005
(em inglês) « Ten most prominent current cases
of nazi war criminals », parte de relatório do Centro Simon Wiesenthal,
23-Abr-2006
(em francês) « Le criminel nazi Aribert Heim
est recherché en Espagne » Le Monde, 3-Nov-2005
(em inglês) « German courts seek nazi fugitive thought to be in Chile »,
rapporté par The Santiago Times, 26 avril 2006.
(em inglês) Aviso de procura no site do
ministério austríaco da justiça, Jul-2007.
Danny Baz, Ni oubli ni pardon : Au coeur de la
traque du dernier nazi, Grasset, 2007, ISBN 9782246706212
« Heim, dernier criminel nazi en fuite ou
fantôme ? » - Rue89.com
« Aribert Heim : une affaire classée », Le Monde, 14-Out-2007
(em inglês) Comunidado do Centro Simon
Wiesenthal 14-Out-2007
Nenhum comentário:
Postar um comentário