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domingo, 31 de outubro de 2021

 

Batalha de Creta

 

 

Batalha de Creta, também chamada de "Operação Mercúrio," foi um grande combate travado durante a Segunda Guerra Mundial na ilha grega de Creta. A luta começou na manhã de 20 de maio de 1941, quando as forças armadas da Alemanha Nazista lançaram a invasão aerotransportada de Creta. O exército grego e as outras forças Aliadas, junto com civis locais, defenderam a ilha com ferocidade. Após um dia de combates, os alemães haviam sofrido pesadas baixas e os Aliados estavam confiantes de que derrotariam a invasão. No dia seguinte, através de falhas de comunicação, hesitação por parte dos Aliados e novas operações ofensivas alemãs, o importante aeroporto Maleme, no oeste de Creta, foi tomado pelos nazistas, o que permitiu a eles trazer reforços e superar os defensores Aliados no norte da ilha, com muitos sendo obrigados a recuar para o sul. A Marinha Real Britânica começou então o processo de retirada das forças Aliadas de Creta, conseguindo evacuar metade do seu pessoal da ilha. O resto ou foi capturado ou se juntaram a movimentos de resistência locais. As perdas Aliadas foram altas tanto na terra quanto no mar, com vários navios sendo afundados ou danificados; no final, a marinha britânica no Mediterrâneo havia perdido muito de sua força, possuindo apenas dois encouraçados e três cruzadores operacionais.

A Batalha por Creta foi a primeira ocasião em que os alemães utilizaram os Fallschirmjäger (tropas paraquedistas) em massa, sendo considerada também a primeira grande operação aerotransportada da história, a primeira que os Aliados utilizaram coordenação de inteligência para decifrar as mensagens alemãs e suas máquinas Enigma, e a primeira vez que o exército alemão encontrou forte resistência armada de uma população civil. Devido ao elevado número de baixas sofridas e a crença de que ações aerotransportadas já haviam perdido o elemento surpresa, Adolf Hitler ficou relutante em autorizar grandes operações paraquedistas pelo restante do conflito, preferindo utilizar os Fallschirmjäger como infantaria de elite comum. Em contraste, os Aliados ficaram impressionados com o potencial de tropas paraquedistas e começaram a criar, em larga escala, seus próprios regimentos de soldados aerotransportados.

Contexto

O Reino Unido e seus aliados mantinham uma presença militar na Grécia desde outubro de 1940, durante a fracassada invasão italiana. Os britânicos passaram a usar a ilha de Creta como base para sua marinha, garantindo assim superioridade naval sobre o Mediterrâneo. Além disso, Creta também podia ser utilizada como ponto de partida para as missões de bombardeio contra os poços de petróleo romenos em Ploiești, na Romênia.

Os alemães estavam cientes da ameaça que a presença Aliada na Grécia significava, além da necessidade de ajudar Mussolini que teve sua posição enfraquecida após a mal concebida invasão italiana. O exército alemão lançou então a Operação Marita, sua própria invasão da Grécia. Em apenas um mês, praticamente todo o território grego no continente havia sido tomado, forçando a retirada de quase 60 mil soldados Aliados da Grécia. Winston Churchill, o primeiro-ministro britânico, ordenou que Creta, o último bastião dos Aliados em solo grego, fosse defendida a todo o custo.

O Alto-Comando do Exército Alemão (o Oberkommando des Heeres) estava preocupado com a invasão da Grécia, acreditando ser uma distração no planejamento do ataque contra a União Soviética (Operação Barbarossa) e recomendaram que a operação contra Creta fosse cancelada. Adolf Hitler, por outro lado, também estava preocupado, porém mais a respeito da presença Aliada tão perto do seu flanco sul e a ameça constante sobre os vitais campos de petróleo romenos. Ao contrário do exército, a força aérea alemã (a Luftwaffe) estava animada com a ideia de tomar o protagonismo de uma ousada operação, buscando recuperar seu prestígio após a derrota na Batalha da Grã-Bretanha. Hitler foi persuadido e assinou, em 25 de abril de 1941, a Diretriz 28, autorizando a invasão de Creta e ordenando a mobilização de suas tropas. Os alemães já haviam utilizado forças aerotransportadas durante as batalhas na Dinamarca, Noruega, Bélgica, Holanda e França, mas seria em Creta que eles seriam utilizados em larga escala pela primeira vez e teriam também um protagonismo maior do que jamais tiveram.

Campanha

Em 28 de abril de 1941, o General Kurt Student, Chefe da XII Fliegerkorps (Corpo Aéreo), unidade da Luftwaffe na qual estavam agrupadas todas as forças de pára-quedistas, participou de uma reunião com Hitler e propôs completar as campanhas nos Balcãs, através de uma operação que tomaria a Ilha de Creta com a utilização de forças aerotransportadas. Inicialmente Hitler considerou o projeto muito arriscado, pois até então era algo novo e não testado efetivamente em campo de batalha. Convencido por uma série de argumentos apresentados por Student, acabou autorizando a operação.

A justificativa principal para a operação seria a de transformar a ilha de Creta numa magnífica base aérea, desde a qual se poderia atacar o exército inglês na África do Norte. Para tanto era necessário, ocupar a Ilha. Naquele momento nada parecia impossível para as forças alemãs, vitoriosas em todas as frentes. Contudo, era impossível conquistar a Ilha por mar, uma vez que o Mar Egeu era dominado pela poderosa frota Inglesa. Desta forma a única maneira era fazê-lo pelo ar.

Imediatamente, foram transportados dentro do maior sigilo, da Alemanha para a Grécia, os soldados da 7ª Divisão de Pára-Quedistas e realizou-se a concentração no setor de Atenas de uma força de 700 aviões de transportes Junkers. A 22ª Divisão Aerotransportada, que devia intervir na invasão, foi retida na Romênia devido a dificuldades de seu deslocamento em território grego. Para substituí-la, foi cedido a Student a 5ª Divisão de Caçadores de Montanha, sob o comando do General Ringel, que havia tido destacada atuação na Campanha dos Balcãs.

O plano alemão, batizado com o nome Mercúrio, consistia em ocupar os aeroportos da costa setentrional, usando três grupos de assalto:

·         Grupo Oeste, comandado pelo General Meindl, se encarregaria de conquistar o aeroporto de Maleme;

·         Grupo Central, sob a chefia do General Sussmann, seria lançado em duas investidas; a primeira se apoderaria do porto de Canéia e a segunda do aeroporto de Retimno; sendo este último grupo comandado pelo General Ringel, e teria a seu cargo a captura de Heraclião. A esta força de assalto se seguiriam as tropas de montanha da 5ª Divisão, que seriam desembarcadas pelos Junkers, uma vez que os pára-quedistas houvessem capturado os aeroportos.

 

Embora o planejamento do ataque tenha sido cuidadoso, a realidade se mostrou bastante diferente. Nas primeiras horas do dia 20 de maio, a Luftwaffe lançou um forte ataque contra as posições inimigas em Creta, preparando o terreno para o salto. Pouco depois os primeiros paraquedistas começaram a saltar de aviões e pousar em planadores perto do aeroporto de Maleme e nas proximidades de La Canea, capital da ilha.

Mas o inimigo já os esperava, graças a decodificação dos códigos alemães através da captura da máquina Enigma, causando-lhes pesadas baixas.

O aeroporto não pôde ser tomado, e La Canea e a baía de Suda continuaram sob domínio britânico. Ignorando o que havia dado errado no primeiro assalto, os alemães fizeram mais dois lançamentos de paraquedistas, agora na região do aeroporto de Retimno e Heraclião (também conhecida como Heraklion). Porém ao final do dia nenhum dos pontos previstos havia sido conquistado, o que impossibilitava a chegada de reforços por ponte aérea.

Os paraquedistas pagariam caro por um grave defeito em seu equipamento de salto. As características da época não permitiam saltar com nada mais que pistolas e granadas de mão. O restante do armamento (fuzis, morteiros, metralhadoras, munição) vinha logo a seguir em contêineres sustentados também por paraquedas adicionais. Desta forma, os paraquedistas chegavam praticamente desarmados ao solo, tendo que se virar com os poucos recursos à mão, até a localização dos contêineres com os equipamentos necessários.

 

A Batalha

Surpreendemente algumas equipes conseguiram se reagrupar, apesar das pesadas baixas, e dominar alguns pontos estratégicos, porém ainda longe dos objetivos principais.

Por toda parte na ilha de Creta civis, armados ou não, se juntaram à batalha com as armas que estavam à mão. Em alguns casos, utilizando espingardas antigas que haviam sido usadas contra os turcos, foram tiradas de seu descanso e entraram em ação. Em outros casos, cretenses civis entraram em ação armado apenas com o que poderia reunir em suas cozinhas ou celeiros, e muitos paraquedistas alemães foram esfaqueados ou espancados até a morte nos olivais que pontilhavam a ilha.

Por toda ilha, batalhas ferozes foram travadas entre os defensores e seus atacantes, apesar dos duros combates, ataques e contra-ataques os alemães foram sistematicamente conquistando as posições planejadas.

Na tarde do primeiro dia, a situação era bastante comprometida para os sobreviventes dos sete mil alemães. Não haviam conseguido conquistar os objetivos, porém uma indecisão do General Freyberg, comandante do ANZAC (Australian New Zealand African Corp) que não contra-atacou como devia ter feito, permitindo a reorganização dos alemães. Durante a noite, tentaram desembarcar, pelo mar, uma pequena frota de barcos de pesca cheia de tropas alpinas, mas fracassaram devido á intervenção de uma frota inglesa. Que acabou afundando a maioria dos barcos, porém a maioria utilizava coletes salva-vidas, perdendo-se 300 de um total de 2.300, na verdade por causa deste ataque nenhum deles conseguiu desembarcar na ilha.

Pela manhã finalmente a aviação alemã que dominava o cenário, conseguiu uma série de ataques contra a frota britânica, permitindo que novas ondas de paraquedistas pudessem saltar, juntamente com o apoio necessário de suprimentos. Assim, paulatinamente as posições foram sendo confirmadas e dominadas pelos paraquedistas alemães.

No principio de Junho, toda a ilha estava nas mãos dos alemães. Uma Vitória verdadeiramente excepcional que, no entanto, examinada posteriormente, resultou terrivelmente cara. Foram utilizadas duas divisões, uma de paraquedistas e outra alpina, num total de quase 23.000 homens. Morreram mais de 4 000 homens e muitos foram também feridos, quase todos paraquedistas. Hitler acabou ficando estarrecido com as enormes perdas sofridas entre suas unidades paraquedistas, que ele considerava suas forças de elite. Ele passou então a ficar relutante em autorizar novas operações aerotransportadas e passou a usar seus paraquedistas como infantaria pesada comum.

Por outro lado, os Aliados ficaram impressionados com a capacidade e força que os paraquedistas alemães mostraram em Creta e reconheceram o potencial deste tipo de operação no futuro. Os britânicos (e posteriormente os americanos) começaram a mobilizar unidades paraquedistas em grandes números e, a partir de 1944, começara a utilizar, com mais sucesso que os alemães, suas próprias grandes ações aerotransportadas de forma decisiva.

 

Fonte: 

https://hojenasegundaguerramundial.wordpress.com/category/batalha-de-creta/

https://www.wikiwand.com/pt/Batalha_de_Creta


Os Fallschirmjäger em foto ao lado de Adolf Hitler




                                            Paraquedistas alemães saltando em Creta                                         






  
Os Fallschirmjäger contemplando seus camadas mortos. 






Fallschirmjäger sendo lançados em Creta.






Guarnição militar britânica em Creta





Soldado britânico ao lado de corpo carbonizado de um paraquedista alemão durante a Batalha de Creta.







 Paraquedistas alemães capturandos por tropas britânicas  durante a Batalha de Creta.







Aviões Ju 52 lançando paraquedistas alemães sobre Creta em 20 de Maio de 1941.













Tropas alemãs entram em Atenas, Maio de 1941.







O general Bernard Freyberg, Creta, Maio de 1941.








Paraquedista alemão sai de um planador, Creta, Maio de 1941.









Tropas da 5.ª Divisão de Montanha preparam-se para embarcar nos Junkers Ju-52














Efeitos de um raid da Luftwaffe sobre os navios britânicos na Baía de Suda, Creta, Maio de 1941








Paraquedista alemão morto, Creta, Maio de 1941










terça-feira, 27 de outubro de 2020

No dia 17 de Maio de 1943 a RAF (Royal Air Force) executava a Operação Chastise.

 



Na noite entre os dias 16 e 17 de Maio de 1943, 19 bombardeiros Lancasters do Esquadrão Nº 617 da RAF lançavam “bombas saltitantes” sobre as barragens de Mohne e Edersee, na região industrial alemã do Ruhr.
Os aviões, especialmente adaptados, tinham a missão de sobrevoar à baixa altitude o lago das barragens e, no momento exato, lançar as “bombas saltitantes” que, ao saltarem sobre o lago, embateriam nas paredes da barragem, afundariam e explodiriam na sua base, danificando assim a estrutura e levando-a a ruir.
O objetivo dessa ação era afetar a produção industrial concentrada na região do Ruhr. Com a destruição das barragens a produção de energia elétrica seria interrompida durante semanas, causando assim atrasos na produção alemã de armamentos.
Dos 19 bombardeiros, 8 foram derrubados, resultando na morte de 53 tripulantes e na prisão de 3. Da lista inicial de alvos, 2 barragens foram destruídas e 1 foi apenas ligeiramente danificada, resultando na morte de cerca de 1.600 pessoas (incluíndo mais de 1.000 prisioneiros de guerra ucranianos que os alemães utilizavam como mão-de-obra escrava na região).
O ataque - Estranhas Premonições
Na noite de sábado, Gibson orientou os comandantes de voo, o líder de bombardeio e o líder substituto a respeito da represa de Moehne. Os demais tripulantes tiveram de esperar até o dia da operação, quando os hangares estavam quietos "como um necrotério". Foram explicados detalhes sobre os alvos, as rotas, o pioneirismo do ataque, o golpe na produção de aço do inimigo — "a palestra mais longa que já ouvi", nas palavras de um artilheiro.
O período que restava antes da decolagem foi uma tortura para os nervos. Inclinado sobre uma mina, um operador de telégrafo sem fio, que não voltaria do ataque, escreveu com giz em sua superfície: "Nunca tanto foi esperado de tão poucos". Young arrumou seu quarto, outros escreveram cartas. O tenente-aviador Hopgood, condecorado com a DFC, profetizou que não voltaria. O sargento-aviador Townsend chegou à conclusão de que "todos estavam indo para o matadouro", e seu artilheiro de frente tomou um banho, "pois estava decidido a morrer limpo". Gibson permaneceu exteriormente calmo.
Afinal, chegou a hora da partida. A tensão evidenciou-se desde a decolagem com o máximo de carga. Alguns temiam que a trepidação desalinhasse os holofotes das aeronaves, o que os condenaria à sepultura nas águas. Outros preocupavam-se que a bomba pudesse explodir.
Às 21:30 do domingo dia 16 de maio de 1943, somente 8 semanas após a formação do Esquadrão 617, 19 Lancasters decolaram para atacar as represas, em três levas; a esquadrilha de Gibson, com nove aviões, para atacar as represas Mohne e Eder, a do Tenente-Aviador Joe McCarthy (americano da RCAF), com cinco aviões, para atacar a represa de Sorpe e funcionar como força diversiva, e a de Townsend, também com cinco aviões, funcionaria como uma reserva móvel. Uma lua cheia iluminava o noturno céu fazendo com que operações normais fossem impossível.
Um mau presságio ocorrera naquela noite, pois o negro labrador de Gibson, chamado Nigger, foi atropelado e morto quando as tripulações estavam realizando a reunião de pré-voo. Gibson ordenou então que Nigger deveria ser enterrado à meia-noite, na grama ao lado de seu escritório, pois tivera uma premonição de que ele e Nigger estariam entrando ao mesmo tempo no solo.
A formação destinada ao Sorpe decolou pouco antes das 21H30min., mas atraiu a atenção da Flack´s, a defesa antiaérea alemã, sobre os Países Baixos. Dois Lancasters foram abatidos e outros dois obrigados a voltar à base devido aos danos sofridos. Só ficou McCarthy, que voava com um atraso de quase 100 km devido a uma avaria sofrida na decolagem.
A formação de Gibson, subdividida em três seções de três aviões, voava mais ao sul. Gibson chefiava a primeira seção, seguido a dez minutos de intervalo pelo Comandante-de-Esquadrão "Dinghy" Young. O grupo de reserva decolou por volta da meia-noite.
A rota de ida foi realizada toda ela à baixa altura, com as seguintes perdas:
Aeronave 'B' (Astell) atingiu alguns cabos de alta tensão às 00:15, chocando-se em seguida ao solo, a 5 km ao SSE de Borken; Aeronave 'S' (Burpee) foi derrubada pela flak (antiaérea alemã) chocando-se ao solo às 02:00 perto de aeroporto de Gilze-Rijen, na Holanda; Aeronave 'E' (Barlow) chocou-se ao solo às 23:50, a 4 km ENE de Rees, também depois de bater em cabos de alta tensão Aeronave 'K' (Byers) foi derrubado pela flak em Texel. Os alemães conseguiram recuperar intacta a bomba da aeronave de Barlow, mas todos os tripulantes das aeronaves acima foram mortos. A aeronave "W" de Munro foi atingida pela flak quando voava em cima de Vlieland, tendo seu intercomunicador e rádios destruídos e impossibilitado completamente de se comunicar, regressou à Inglaterra. Rice, voando no "H", quando foi usar as luzes para ajustar a altura por sobre Zuider Zee, descobriu que o alinhamento delas havia ficado completamente errado, quando seu Lancaster raspara na água a mais de 350 km/h. Foi outra aeronave que teve que regressar.
O ataque a represa de Mohne
Evitando as principais defesas do Rhur, Gibson localizou facilmente o seu objetivo graças à luz do luar. Ao luar, a represa de Moehne parecia cinzenta e sólida, pesada e inconquistável. Esta represa possuía 823 m de comprimento e uma base de 35 m e estava guarnecida por holofotes e seis canhões antiaéreos de 20 mm.
Gibson reagrupou a esquadrilha, realizou sua corrida de bombardeio e lançou a bomba com precisão, sob uma forte oposição da antiaérea. Porém a represa não se rompeu.
O próximo a fazer a corrida seria o Tenente-Aviador J.V. Hopgood, mas ele tinha que esperar as águas se acalmarem para lançar a sua bomba, o que só aconteceu 10 min depois. Quando Hopgood atacou foi atingido pela flak a 100 m da represa e seu avião desintegrou-se num lençol de chamas alaranjadas, enquanto a bomba, solta com atraso, desviava-se do alvo e destruía uma usina de energia atrás da re-presa, num banho de centelhas azuis. Fraser, que era o bombardeador de Hopgood, conseguiu saltar de pára-quedas, observou as baterias antiaéreas que faziam pontaria contra um avião iluminado por seus próprios holofotes e resumiu: "uma caçada de patos!" O artilheiro da cauda, Burcher, também conseguiu se salvar, saltando segundos antes de a aeronave se chocar com o solo.
O Capitão-Aviador "Mickey" Martin atacou a seguir e desta vez Gibson voou ao lado dele para atrair o fogo inimigo. O Lancaster de Martin foi atingido em um tanque de combustível vazio na asa; a bomba explodiu, mas fora lançada de forma inexata. O represa se mantinha de pé.
Gibson e Martin distraíram a flak, e o Comandante-de-Esquadrão Melvyn Young, apelidado de "Dinghy" (bote salva-vidas, por ter caído duas vezes no Mediterrâneo), aproveitando-se disso realizou seu ataque, lançando a bomba de modo preciso, mas nada de a represa se rachar.
O próximo a atacar foi o Capitão-Aviador David J. H. Maltby, que também lançou a bomba com precisão e logo que o spray de água terminou, um buraco de cerca de 100 m de largura e 20 m de altura foi visto na parede de represa, lançando 134 milhões de toneladas de água que começava a transbordar para o vale, arrastando casas, pontes, sistemas de comunicações, etc. O capitão D. J. Shannon, que aguardava circulando sua aeronave, foi ordenado a abortar o ataque. Gibson enviou as aeronaves que já haviam realizado o ataque (Martin e Maltby) para casa, reagrupou as restantes e seguiu com elas para atacar a represa Eder, envia também a palavra-código Nigger para indicar que a represa Moehne fora destruída. Maudslay virou a aeronave para voltar para casa, mas caiu em Emmerich depois de ser atingido novamente pela flak. A tripulação inteira foi morta.
Ataque a represa de Eder
Situada num vale mais profundo que a do Möhne, a barragem do Eder revelou-se muito mais difícil de bombardear. O Capitão-Aviador D. J. Shannon fez seis tentativas, todas abortadas, até conseguir lançar a sua bomba com sucesso. A bomba do Comandante-de-Esquadrão Henry Maudsley atingiu o parapeito e explodiu com o impacto, destruindo o Lancaster que passava a pouco metros de altura. O Segundo-Tenente-Aviador L.G. Knight atacou em seguida e teve os mesmos problemas que os outros; era muito difícil de perder a velocidade adquirida pela aproximação em mergulho, e ainda subir bruscamente no fim do lago. Shannon deu conselhos pelo rádio e Knight tentou novamente, lançando sua bomba no lugar certo, conseguindo derrubar a parede da represa, lançando 200 milhões de toneladas de água vale abaixo. Gibson enviou a palavra-código Dinghy indicando um ataque bem sucedido, e retornam para casa, sem poderem atacar a represa Sorpe.
O ataque a represa Sorpe
A leva destacada para atacar a Sorpe enfrentou muitos apuros. Dois bombardeiros voltaram antes do cumprimento da missão. Um deles sofreu avarias causadas por fogo antiaéreo, o outro perdeu sua bomba quando sobrevoava o mar. Dois outros foram derrubados. Só o americano, McCarthy, chegou até a represa.
Por isso, no momento em que Gibson atacava a represa de Mohne, McCarthy, apoiado por dois aviões da força de reserva móvel (pilotados pelos Sargento-Aviadores K. W. Brown e Cyril T. Anderson) tentava atacar a represa de Sorpe.
Mas ela era de um tipo diferente, construída de forma mais rústica, o que requeria uma técnica de ataque totalmente diferente. McCarthy tentou a aproximação por sobre um povoado na encosta da montanha, mas isso se mostrou tão difícil que ele fez dez passagens antes de soltar a bomba. Quando ganhava altura sobre outra montanha, no extremo da represa, viu que ela não tinha sido rompida, ele só conseguiu reduzir a escombros uma parte do parapeito da represa. Seu artilheiro disse-lhe para "descer, com os diabos", pois àquela altitude eles estavam vulneráveis como patos sentados, caso ocorresse um ataque dos caças de combate noturno.
Brown teve dificuldades de achar o lago e incendiou um pinheiral para melhorar a visão. Depois de nove tentativas ele acertou em cheio a represa. Anderson chegando no local, encontrou uma névoa muito densa, impossibilitando seu ataque, e assim retornou para casa com sua bomba.
O ataque a represa Swelme
Dois Lancaster´s da reserva receberam ordens de se dirigir à barragem do Schwelme, que foi atacada, mas sem quaisquer resultados.
O ataque a represa Lister
O Segundo-Tenente-Aviador W. H. T. Ottley recebeu ordens para se dirigir a represa Lister, mas foi derrubado pela flak, caindo às 02:35 h, a 3 km ao norte de Hamm, só o metralhador traseiro Freddie Tees sobreviveu, mas muito queimado. Gibson, voltando para casa, viu a aeronave de Ottley voando por cima de Hamm à 500 pés caindo em chamas
O ataque a represa Ennerpe
O Sargento-Aviador W. C. Townsend foi ordenado que atacasse a represa Ennerpe. Ele teve dificuldades de encontrá-la devido ao forte nevoeiro, mas finalmente avistou o seu alvo e o atingiu. Mas mesmo atingida, a represa resistiu.
Quase sem munição e não tendo as torres centrais para autodefesa os sobreviventes voltaram pela Holanda a luz do dia. As defesas inimigas estavam agora em alerta total, e a flak atingiu Young, quando cruzava a costa holandesa. Ele lutou por algumas milhas antes de cair no mar ao largo de Castricum aan Zee às 02:58 h. Embora tivesse enviado um SOS, e tivesse experiência anterior nesse tipo de aterrissagem, toda a tripulação foi morta. As aeronaves restantes alcançaram Scampton sem incidentes.
Os resultados
Mesmo não tendo destruído todas as represas a missão foi considerado um sucesso. Na Inglaterra, os resultados foram utilizados como uma enorme propaganda para a RAF em primeiro lugar, além de atrair voluntários e direcionando a opinião pública para a necessidade de se atacar cada vez mais o inimigo. Naquela etapa da guerra, tais sucessos eram raros, e tinha-se que aproveitar ao máximo a oportunidade de utilizá-los, e o ataque às represas pegou a atenção do público. O 617 passou a simbolizar a eficiência do Comando de Bombardeiros e, devido à participação de tripulações de outros países na unidade, a cooperação entre os aliados.
Mas o preço foi alto: Descontando os dois aviões que retornaram mais cedo e um que teve sua missão abortada, perderam-se 50% dos aparelhos (Oito Lancasters). Dos homens enviados para a missão 56 não regressaram. Destes, 3 foram feitos prisioneiros de guerra.
O vice-marechal Cochrane considerou um preço aceitável, diante da destruição de duas importantes represas e da devastação provocada pelas águas. Mas os números ignoravam as justificativas: em sua primeira operação, o Esquadrão 617, que passou a ser conhecido como "DamBuster´s", Demolidores de Represas, perdeu quase 40% de sua tripulação. Um artilheiro de bombas exprimiu a sensação generalizada de anticlímax ao declarar que "tudo acabou em meio minuto".
Porém, durante todo o critico verão de 1943, enquanto a Alemanha dependia das fábricas do Ruhr para municiar duas frentes, a água e a energia elétrica necessárias ao funcionamento do parque industrial da região ficaram bastante escassas. A lama da Moehne entupiu o sistema de bombeamento do Reno pelo vale do Ruhr acima, até Essen, a cidade dos Krupp, e a própria represa foi reparada apenas a tempo de represar as chuvas de outono. Se a Sorpe tivesse sido destruída por completo, juntamente com suas represas menores, a situação da Alemanha teria sido realmente séria. O próprio Reichsminister Speer admitiu isso no interrogatório a que foi submetido após a guerra, quando, conforme se evidencia pelas respostas que deu, se mostrou interessado em elogiar os esforços dos Estados Unidos, em detrimento dos britânicos.
O que Speer não salientou foram os resultados a longo prazo do bombardeio do Esquadrão 617. Nunca mais as represas do Reich foram deixadas com defesas fracas. Holofotes, canhões, balões, radar e pessoal altamente treinado foram retidos em represas distantes, quando, não fora o sucedido, estariam sem dúvida na frente de batalha. Canhões sem uso equivalem a canhões destruídos ou, em outras palavras, a fábricas de munições arrasadas.
Porém apesar da euforia muitos guardavam reservas. Para os pilotos canadenses, os parabéns por um "esplêndido show" não compensavam a perda de treze companheiros — e talvez eles estivessem certos não apenas em termos emocionais. Apesar do êxito do ataque e do excelente desempenho das tripulações, o valor militar da destruição das represas de Moehne e Eder até hoje permanece em discussão. O fornecimento de água recomeçou no final de junho, e a perda na geração de eletricidade foi compensada trazendo-se energia de outros locais. Embora morressem mais de 1.250 alemães, o aspecto mais importante foi a destruição de terras de cultivo, pontes e máquinas, o que obrigou à reconstrução de parte da indústria de guerra no Ruhr. O uso de trabalho forçado para completar reparos e o destacamento de mais de 10 mil soldados para a guarda das represas significou, sem dúvida, uma mobilização de recursos mais duradoura.
A perda de vidas e de propriedades causada pelo bombardeio aliado em geral tem sido muito discutida e focalizada. Porém deu-se menos publicidade aos fatos puramente militares. Os números alemães divulgados após a guerra mostram que, em 1944, 30% de toda a sua artilharia consistiam de canhões antiaéreos, e que um quinto de todos os canhões mais pesados que 70 mm foi empregado como peça antiaérea. Cada 88 mm usado na defesa aérea representava um a menos nas unidades Panzer e antitanques. De igual modo, um terço da indústria óptica alemã estava empenhada na fabricação de alças de mira e outras peças para baterias antiaéreas, em prejuízo do exército e da marinha, enquanto que metade das indústrias elétrica e eletrônica se dedicava somente à fabricação de radar e aparelhos de comunicação. O grande esforço de Gibson não ficou restrito à destruição das represas. O seu esquadrão, orgulhoso de se chamar "DamBuster´s", sobreviveu como unidade de elite, encarregada de efetuar ataques ousados contra uma longa lista de objetivos vitais, desde o afundamento do encouraçado Tirpizt à destruição do viaduto de Bielefeld. Mas a "bomba saltadora" e os Lancaster "estripados" não foram mais empregados. Depois da guerra, as bombas restantes foram jogadas no Atlântico e os bombardeiros adaptados transformaram-se em sucata. Um final inglório para o equipamento que deu aos Demolidores de Represas os meios para cumprir com êxito sua missão.
Quase todos os homens que participaram da missão as represas foram condecorados. Gibson recebeu a Victoria Cross, a mais alta condecoração inglesa por galantaria. Seus homens consideraram merecida a homenagem. Para o navegador Townsend, ele "estabelecera um padrão de perfeição. Chama-se liderança — como definir de outra maneira?" O comandante-em-chefe do Comando Costeiro enviou um telegrama que resumia o feito da esquadrilha: "Muito bem, Scampton (a base do 617. Uma noite de trabalho magnífica".
Martin, McCarthy, Maltby, Shannon e Knight foram agraciados com a DSO (Distinguished Service Order, ordem de serviços excepcionais); Hay, Hutchison, Leggo e Walker receberam barras para suas DFCs (Distinguished Flying Cross, cruz de pilotagem excepcional); outros dez tripulantes receberam sua DFC e 12 a DFM e Townsend recebeu um prêmio raro: a CGM. Em solenidade especial, os homens do Esquadrão 617 foram condecorados em massa pelo Rei.
Posteriormente, um grande número deles foi morto em ação. Gibson fez uma turnê de publicidade na América, na volta a Inglaterra foi considerado muito importante para voar em operações e teve suas ações restritas a uma escrivaninha. Depois de muita insistência conseguiu se enviado para uma unidade operacional, vindo a falecer em na noite de 19 de setembro de 1944, quando pilotava um Mosquito KB267 do Esquadrão 627 que caiu na Holanda.
A tripulação de Gibson foi herdada pelo Comandante George Holden, o próximo Comandante do 617, sendo morta na noite de 15 de setembro de 1943, com exceção de Pulford, que foi morto em 13 de fevereiro de 1944 quando voava com o Líder de Esquadrão Bill Suggitt e de Trevor-Roper, que morreu no ataque à Nuremberg no dia 30 de março de 1944, quando voava no Esquadrão 97.
A tripulação de Martin sobreviveu, com exceção de Bob Hay, morto quando de um ataque a baixa altura ao Viaduto de Antheor; Shannon e sua tripulação sobreviveu, bem como as de McCarthy e Munro. As tripulações do Flying Sargento K.W. Marrom, CGM, RCAF (menos o Sgt. B Allatson), do Piloto Officer Geoff Arroz e do Flying Sergeant. W.C. Bill Townsend, CGM, também sobreviveram à guerra.
Aeronaves e sua tripulação
O vôo A
ED-932 "AJ-G"
Piloto: Comandante-de-Ala G.P. Gibson, DSO*, DFC* Navegador: Segundo-Tenente-Aviador H.T. Taerum, RCAF Mecânico de Voo: Sargento J. Pulford Bombardeador: Segundo-Tenente-Aviador F.M. Sparfford, DFM, RAAF Operador de Rádio: Tenente-Aviador R.G. Hutchinson, DFC Artilheiro Dianteiro: Sargento-Aviador G.A. Deering, RCAF Artilheiro Traseiro: Tenente-Aviador R.D. Trevor-Roper, DFM
• Nos Lancasters que participaram do ataque a torre superior do artilheiro do meio foi removida.
ED-887 "AJ-A"
Piloto : Comandante-de-Esquadrão H.M. Young, DFC* Navegador : Sargento-Aviador C.W. Roberts Mecânico de Voo : Sargento D.T. Horsfall Bombardeador : Oficial de Voo V.C. MacCausland, RCAF Operador de Rádio: Sargento L.W. Nichols Artilheiro Dianteiro : Sargento G.A. Yeo Artilheiro Traseiro : Sargento W. Ibbotson ED-864 "AJ-B"
Piloto : Tenente-Aviador W. Astell, DFC Navegador : Segundo-Tenente-Aviador F.A. Wile, RCAF Mecânico de Voo : Sargento J. Kinnear Bombardeador : Oficial de Voo D. Hopkinson Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador A.A. Garshowitz, RCAF Artilheiro Dianteiro : Sargento-Aviador F.A. Garbas, RCAF Artilheiro Traseiro : Sargento R. Bolitho
ED-906 "AJ-J"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador D.H. Maltby, DFC Navegador : Sargento V. Nicholson Mecânico de Voo : Sargento-Aviador W. Hatton Bombardeador :Segundo-Tenente-Aviador J. Fort Operador de Rádio: Sargento A.J.B. Stone Artilheiro Dianteiro : Sargento V. Hill Artilheiro Traseiro : Sargento H.T. Simmonds
ED-929 "AJ-L"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador D. J. Shannon, DFC, RAAF Navegador : Oficial de Voo D.R. Walker, DFC, RCAF Mecânico de Voo : Sargento R.J. Henderson Bombardeador : Sargento-Aviador L.J. Sumpter Operador de Rádio: Oficial de Voo B. Goodale, DFC Artilheiro Dianteiro : Sargento B. Jagger Artilheiro Traseiro : Oficial de Voo J. Buckley
ED-927 "AJ-E"
Piloto : Tenente-Aviador R.N.G. Barlow, DFC, RAAF Navegador : Oficial de Voo P.S. Burgess Mecânico de Voo : Segundo-Tenente-Aviador S.L. Whillis Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador A. Gillespie, DFM Operador de Rádio: Oficial de Voo C.R. Williams, DFC, RAAF Artilheiro Dianteiro : Oficial de Voo H.S. Glinz, RCAF Artilheiro Traseiro : Sargento J.R.G. Lidell
ED-936 "AJ-H"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador G. Rice Navegador : Oficial de Voo R. McFarlane Mecânico de Voo : Sargento E.C. Smith Bombardeador :Segundo-Tenente-Aviador J.W. Thrasher, RCAF Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador C.B. Gowrie, RCAF Artilheiro Dianteiro : Sargento T.W. Maynard Artilheiro Traseiro : SargentoS. Burns
ED-934 "AJ-K"
Piloto : Piloto Officer V.W. Byers, RCAF Navegador : Oficial de Voo J.H. Warner Mecânico de Voo : Sargento A.J. Taylor Bombardeador : Piloto Officer A.N. Whitaker Operador de Rádio: Sargento J. Wilkinson Artilheiro Dianteiro : SargentoC.McA. Jarvie Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador J. McDowell, RCAF
ED-910 "AJ-C"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador W.H.T. Ottley, DFC Navegador : Oficial de Voo J.K. Barrett, DFC Mecânico de Voo : Sargento R. Marsden, DFM Bombardeador : Sargento-Aviador T.B. Johnston Operador de Rádio: Sargento J. Guterman, DFM Artilheiro Dianteiro : Sargento H.J. Strange Artilheiro Traseiro : Sargento F. Tees
ED-918 "AJ-F"
Piloto : Sargento-Aviador K.W. Brown, RCAF Navegador : Sargento D.P. Heal Mecânico de Voo : Sargento H.B. Feneron Bombardeador : SargentoS. Oancia, RCAF Operador de Rádio: Sargento H.W. Hewstone Artilheiro Dianteiro : Sargento D. Allatson Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador G.S. MacDonald, RCAF
O vôo B
ED-937 "AJ-Z"
Piloto : Líder-de-Esquadrão H.E. Maudslay, DFC Navegador : Oficial de Voo R.A. Urquhart, DFC, RCAF Mecânico de Voo : Sargento J. Marriott, DFM Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador M.J.D. Fuller Operador de Rádio:Segundo-Tenente-Aviador A.P. Cottam, RCAF Artilheiro Dianteiro :Segundo-Tenente-Aviador W.J. Tytherleigh Artilheiro Traseiro : Sargento N.R. Burrows
ED-925 "AJ-M"
Piloto : Tenente-Aviador J.V. Hopgood, DFC* Navegador : Oficial de Voo K. Earnshaw, RCAF Mecânico de Voo : Sargento C. Brennan Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador J.W. Fraser, DFC Operador de Rádio: Sargento J.W. Minchin Artilheiro Dianteiro : Segundo-Tenente-Aviador G.H.F.G. Gregory, DFM Artilheiro Traseiro : Segundo-Tenente-Aviador A.F. Burcher, DFM, RAAF
ED-909 "AJ-P"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador H.N. Martin, DFC Navegador : Segundo-Tenente-Aviador J.F. Leggo, DFC, RAAF Mecânico de Voo : Segundo-Tenente-Aviador I. Whitaker Bombardeador : Segundo-Tenente-Aviador R.C. Hay, DFC, RAAF Operador de Rádio: Oficial de Voo L. Chambers, RNZAF Artilheiro Dianteiro : Segundo-Tenente-Aviador B.T. Foxlee, DFM, RAAF Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador T.D. Simpson, RAAF
ED-921 "AJ-W"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador J.L. Munro, RNZAF Navegador : Oficial de Voo F.G. Rumbles Mecânico de Voo : Sargento F.E. Appleby Bombardeador : Sargento J.H. Clay Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador P.E. Pigeon, RCAF Artilheiro Dianteiro : Sargento W. Howarth Artilheiro Traseiro : Sargento-Aviador H.A. Weeks, RCAF
ED-825 "AJ-T"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador J.C. McCarthy, DFC, RCAF Navegador : Sargento-Aviador D.A. MacLean, RCAF Mecânico de Voo : Sargento W.D. Radcliffe Bombardeador : Sargento G.L. Johnson Operador de Rádio: Sargento-Aviador L. Eaton Artilheiro Dianteiro : Sargento R. Batson Artilheiro Traseiro : Oficial de Voo D. Rodger, RCAF
ED-865 "AJ-S"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador L.J. Burpee, DFM, RCAF Navegador : Sargento T. Jaye Mecânico de Voo : Sargento G. Pegler Bombardeador : Sargento-Aviador J.L. Arthur, RCAF Operador de Rádio: Segundo-Tenente-Aviador L.G. Weller Artilheiro Dianteiro : Sargento W.C.A. Long Artilheiro Traseiro : Segundo-Tenente-Aviador J.G. Brady, RCAF
ED-912 "AJ-N"
Piloto : Segundo-Tenente-Aviador L.G. Knight, RAAF Navegador : Oficial de Voo H.S. Hobday Mecânico de Voo : Sargento R.E. Graystone Bombardeador : Oficial de Voo E.C. Johnson Operador de Rádio: Sargento-Aviador R.G.T. Kellow, RAAF Artilheiro Dianteiro : Sargento F.E. Sutherland, RCAF Artilheiro Traseiro : Sargento H.E. O'Brien
ED-886 "AJ-O"
Piloto : Sargento-Aviador W.C. Townsend Navegador : Oficial de Voo C.L. Howard, RAAF Mecânico de Voo : Sargento D.J.D. Powell Bombardeador : Sargento C.E. Franklin, DFM Operador de Rádio: Sargento-Aviador G.A. Chalmers Artilheiro Dianteiro : Sargento D.E. Webb Artilheiro Traseiro : Sargento R. Wilkinson
ED-914 "AJ-Y"
Piloto : Sargento-Aviador C.T. Anderson Navegador : Sargento J.P. Nugent Mecânico de Voo : Sargento R.C. Paterson Bombardeador : Sargento G.J. Green Operador de Rádio: Sargento W.D. Bickle Artilheiro Dianteiro : Sargento E. Ewan Artilheiro Traseiro : Sargento A.W.Buck
Não participaram da missão por motivo de doença
P/O W G Divall, Sgt D W Warwick, Sgt J S Simpson, Sgt R C McArthur, Sgt Murray, Sgt E C A Balke, Sgt A A Williams, F/T Harold S Wilson, Sgt T W Johnson, F/O J A Rodger, Sgt L Mieyette, P/O S. H Coles, Sgt T H Payne e Sgt E Hornby
Legenda
RAAF - Royal Australian Air Force RCAF - Royal Canadain Air Force RNZAF - Royal New Zealand Air Force
DSO - Distingished Service Order DFC - Distingished Flying Cross DFM - Distingished Flying Medal

Alguns fatos e sua tripulação
• Todos os homens se apresentaram como voluntários para a missão.
• Dos 133 integrantes iniciais da esquadrilha, noventa pertenciam à RAF (inclusive um extrovertido australiano perito em voo a baixa altitude, o tenente-aviador Martin), 29 provinham do Canadá (entre eles o tenente-aviador McCarthy, americano), dois da Nova Zelândia e doze da Austrália.
• Das primeiras 21 tripulações, uma foi substituída por "não atingir o padrão necessário para esta operação", e outra afastou-se voluntariamente. No entanto, novas tripulações acabaram se apresentando para integrar a 617ª, e mantiveram completo o seu efetivo.
• A faixa de idade variava de vinte a 32 anos.
• As tripulações foram formadas pelos Pilotos que selecionavam cada membro, dos homens disponíveis na Unidade de Conversão. As Unidade de Conversão era um dos último passos que um tripulante recém treinado dava antes de entrar em um Esquadrão operacional.
• Algumas tripulações para a missão contra as represas tinham oito homens. Isto era devido a algumas razões:
• Estas tripulações foram unidas aos Pathfinders. Elas normalmente tinham um operador extra de radar, que operou o radar H2S.
• A tripulação foi unida ao Grupo 100, que operava o Airborne Cigar (ABC). Um operador de rádio que falava alemão foi adicionado. Seu trabalho era esquadrinhar freqüências alemãs dos caças noturnos. Caso descobri-se uma freqüências o operador iria tentar obter mais informações das operações alemãs.
• Todo novo piloto tinha que voar uma ou duas vezes como o segundo "Dickey" em uma missão com tripulações veteranas, para ser exposto aos perigos operacionais e as defesas alemãs.

Fontes:













domingo, 25 de outubro de 2020

A Face do Führer, Jack Kinney (1943) Curta-metragem de animação produzido pelos estúdios Disney.





Curta-metragem de animação produzido pelos estúdios Disney. Neste desenho animado, o Pato Donald sonha que vive numa sociedade dominada pelo nazismo, onde o rosto de Adolf Hitler está presente em todos os lugares.

Desta maneira, o personagem tem que estar constantemente alerta para fazer a saudação nazista e não ser desrespeitoso com o Führer

Ótimo para entender como a propaganda nazista conquistou a sociedade alemã e o posicionamento dos Estados Unidos no conflito.


domingo, 18 de outubro de 2020

A atuação da Família Real da Bélgica na 1ª Guerra.

 





O Rei da Bélgica, Alberto I ficou conhecido como o Rei-Herói, ou Rei-Soldado, fama conquistada durante a Primeira Guerra Mundial. Quando a Bélgica foi invadida pela Alemanha, em 1914, o monarca se colocou à frente das tropas e, mesmo diante de um inimigo mais forte, participou da ofensiva que levou à vitória dos aliados.

"Eu governo uma nação, e não uma estrada", disse o rei em resposta aos alemães, que desejavam mover seus soldados através da Bélgica. Conduziu seu exército ao cerco da Antuérpia e à Batalha de Yser.

Enquanto o monarca comandava pessoalmente as batalhas, a Rainha, Isabel da Baviera, atuou como enfermeira tratando os feridos da guerra e o Príncipe, Leopoldo III, ainda adolescente participou como soldado raso no 12º regimento belga.

Os outros dois herdeiros reais  o Príncipe Carlos Teodoro Henrique Antônio Meinrad, conde de Flandres e a Princesa Maria José Carlota Sofia Amélia Henriqueta Gabriela, princesa da Bélgica.  não atuaram expecificamente na primeira guerra por serem muito novos de idade na época.


Rei dos belgas

Em dezembro de 1909, o rei Leopoldo II faleceu, tornando Alberto, aos trinta e quatro anos de idade, o novo monarca.

Durante a Primeira Guerra Mundial, Alberto I assumiu o comando do exército belga para defender seu país da invasão alemã, resistindo até o Reino Unido e a França se prepararem para a primeira batalha do Marne, em setembro de 1914.

"Eu governo uma nação, e não uma estrada", disse o rei em resposta aos alemães, que desejavam mover seus soldados através da Bélgica. Conduziu seu exército ao cerco da Antuérpia e à Batalha de Yser.

Ao final da guerra, retornou ao seu território como comandante do Grupo Flandres, que consistia em divisões belgas, britânicas e francesas. Foi saudado em Bruxelas como um herói nacional.

Em 1920, Alberto I foi o primeiro chefe de estado a visitar o Brasil, fato este que levou as autoridades brasileiras da época a efetuar preparativo em São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais. Esta visita levou à criação, 1 ano depois da companhia Belgo Mineira.

 

Alpinista

Alberto I manifestou durante toda a sua vida uma viva paixão pelo alpinismo onde tinha um preferência marcada pelo Maciço do Monte Branco, do Valais na suíça e pela Dolomitas em Itália.A 29 de Agosto de 1930 ele inaugurou um novo refúgio de montanha do do glacier du Tour, o Refúgio Alberto I uma oferta do Clube alpino belga ao Clube alpino francês. Alberto I deixou o seu nome à agulha Torre Rei Alberto que é uma passagem terminal extremamente difícil.

 

Ascensões

·         1919 - Aiguille du Grépon, uma das agulhas de Chamonix

·         1920 - Aiguille du Moine, no Maciço do Monte Branco

·         1921 - Aiguilles de Chamonix

·         1922 - Travessia das Drus e da Aiguille des Grands Charmoz

·         1933 - Torre Rei Alberto, nos Alpes centrais, com Aldo Bonacossa e Giusto Gervasutti

·         1933 - Face sudoeste do Croz dell'Altissimo, nas Dolomitas com Hans Steger

Morte

O rei Alberto I morreu em 1934 em acidente de escalada, em Marche-les-Dames, na região de Ardenas.

Seu corpo foi enterrado no jazigo real, dentro da Igreja de Nossa Senhora do cemitério de Laeken.

Em 1935, Émile Cammaerts escreveu uma biografia de Alberto I.




Isabel da Baviera

 

Isabel da Baviera (Isabel Gabriela Valéria Maria; 25 de julho 1876 – 23 de novembro 1965), foi a rainha consorte de Alberto I da Bélgica e a mãe de Leopoldo III.

Filha de Carlos Teodoro, duque da Baviera e de Maria José de Bragança, ela se casou, em 2 de outubro de 1900, em Munique, com o príncipe Alberto, filho de Filipe, conde de Flandres e de Maria Luísa de Hohenzollern-Sigmaringen, que subiu ao trono em 1909.

Dotada de grande simplicidade e bondade, Isabel conquistou a afeição de seu povo pela coragem que demonstrou durante a Primeira Guerra Mundial. Após o conflito, dedicou-se a diversas atividades: artísticas, filantrópicas e científicas.

Com a trágica morte de seu marido, em 1934, ela voltou-se para as artes. Criou, em 1937, o Concurso Musical Eugène-Ysaye, que, em 1950, passou a se chamar Concurso Musical Internacional Rainha Elisabeth da Bélgica.

Ela morreu aos oitenta e nove anos, e seu corpo foi enterrado no cemitério de Laeken.

 

Filhos

·         Príncipe Leopoldo Filipe Carlos Alberto Meinrad Huberto Maria Miguel, duque de Brabante, depois Leopoldo III.

·         Príncipe Carlos Teodoro Henrique Antônio Meinrad, conde de Flandres.

·         Princesa Maria José Carlota Sofia Amélia Henriqueta Gabriela, princesa da Bélgica. Casou-se com o futuro Humberto II da Itália.








Leopoldo III da Bélgica

 

Leopoldo III (Bruxelas, 3 de novembro de 1901 – Woluwe-Saint-Lambert, 25 de setembro de 1983) foi o Rei dos Belgas de 1934 até sua abdicação em 1951 em favor de seu filho Balduíno da Bélgica. Era o filho mais velho do rei Alberto I da Bélgica e de sua esposa, a duquesa Isabel da Baviera.

 

Primeira Guerra Mundial e educação

Leopoldo ainda era adolescente quando lutou na Primeira Guerra Mundial, no 12.° regimento belga.

Em 1919, após a guerra, o então príncipe-herdeiro foi matriculado em Eton College, na Inglaterra, e depois no Seminário de Santo Antônio, em Santa Bárbara, Califórnia.

A 23 de abril de 1927 foi agraciado com a grã-cruz da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito de Portugal.

 

Primeiro casamento

No dia 4 de novembro de 1926, em Estocolmo, ele desposou a princesa Astrid da Suécia, neta do rei Óscar II da Suécia e do rei Frederico VIII da Dinamarca. Eles tiveram três filhos:

Josefina Carlota, depois grã-duquesa de Luxemburgo (1927-2005).

Balduíno (1930-1993).

Alberto II (1934 -1993).

 

 

Rei dos belgas e viuvez

Tornou-se rei dos belgas em fevereiro de 1934, quando seu pai morreu vítima de uma queda enquanto praticava alpinismo. Assumiu então o título de Leopoldo III.

Em 29 de agosto de 1935, o rei Leopoldo III e a rainha Astrid estavam dirigindo pelas estradas de Küssnacht am Rigi, perto do lago dos Quatro Cantões, quando ele perdeu o controle do automóvel, causando um acidente que matou sua esposa.

A 23 de fevereiro de 1938 foi agraciado com a Grã-Cruz da Banda das Três Ordens.

 

Segundo casamento

No dia 11 de setembro de 1941, Leopoldo III desposou a jovem britânica Lilian Baels, que ficou conhecida como princesa de Réthy. Eles tiveram três filhos:

 

Alexander (1942-2009).

Maria Cristina (1951-).

Maria Esmeralda (1956-).

 

Vida após a abdicação e morte

Após sua abdicação, em 1951, Leopoldo pôde dedicar-se a suas paixões, como antropologia e a entomologia, e viajou pelo mundo. Ele foi, por exemplo, para Senegal e criticou duramente o processo de descolonização francesa.

Em 1983, o rei Leopoldo III morreu aos oitenta e um anos. Seu corpo foi enterrado no jazigo real, próximo ao túmulo da rainha Astrid, na Igreja de Nossa Senhora de Laeken. A princesa de Réthy, falecida em 2002, foi enterrada no pátio da Igreja.